Petiscada (a pedidos)Sexta-feira eu fui num lugar inconfessável, mas, como eu sou legal e desprendida, vou dividir com vocês. Era um RODÍZIO DE PETISCOS. Um bar meio no meio da rua na Avenida Atlântica, em Copacabana. Nós, os gringos e as putas.
Pagava-se 10 reais e comia-se toda a sorte de porcarias até morrer. Os garçons passavam atirando em cima da mesa uns pratinhos com tudo, TUDO, todas as coisas do mundo, em matéria de petiscos. Batata frita, provolone a milanesa, lingüiça nadando na gordura, manjubinha frita velha, filet aperitivo verde, aipim frito duro, frango a passarinho com muita gordura, gurjão de frango com muita gordura, gurjão de peixe com gosto esquisito... Se eu for nomear tudo, vou cansar e posso enjoar só de lembrar, então, é melhor não. A pessoa ainda podia comer as pizzas, porque era rodízio de petiscos E de pizza. Naturalmente, nada era muito bom, tudo era meio salgado, gordurento, velho e estronho.
Teve uma hora que o garção passou com uma bandeja de caldinho de feijão em uns copinhos de plástico. Eu amo caldinho de feijão, mas não tive coragem. Aquele troço preto e indefinido. Sei lá o que tinha lá dentro. Podia ter um rabo de rato morto. O cara ia servindo e fazendo gracinha:
- Chocolate quente? Quem vai querer chocolate quente?
Ha ha ha. Ha.
Aí, quando eu disse que não queria, ele falou:
- Vai dispensar o chocolate quente??? É bom, hein?
Sei. O cara queria era me matar, isso sim. Quem provou, disse que estava azedo. Credo em cruz.
Éramos nós contra a comida. Pensei em dividir a mesa em quadrantes e as pessoas em equipes pra cada um ficar responsável por uma parte. Montar uma estratégia de guerra pra acabar com aquilo. Mas não rolou. A comida venceu. Game over, food wins.