Meus dias na Europa (parte II)Nossa segunda parada foi Barcelona. Assim que olhei pela janela do hotel, já fiquei encantada. Os prédios são todos bonitinhos, tirei várias fotos aleatórias de fachadas. Achei tudo muito com uma clima muito... europeu. Não sei se dá pra entender, mas é que reconheci a Europa que eu esperava, aquela dos filmes. Lisboa é maravilhosa, mas é tudo muito parecido com o Brasil, então em Barcelona eu me senti realmente longe de casa. É uma cidade animada, alegre, cheia de gente na rua bebendo, falando, andando de um lado pra outro até altas horas da noite.
No dia seguinte à nossa chegada, pra completar, abriu um sol lindo (senti até calor) e fomos passear pra conhecer os obras de Gaudi, que são cheias de formas e cores vibrantes. Teve também o momento religioso na Sagrada Família, onde tirei foto de cada escultura (eu e Ana perguntando incessantemente à Cris, nossa outra companheira de viagem, referente a que passagem do evangelho era caada estátua). Ou seja. Em Barcelona, eu praticamente me transformei em uma mulherzinha saltitando entre ornamentos coloridos e religiosos. Poréeeem... quando eu estava quase oficialmente virando uma Tatty Patty Lu, uma coisa fofa e delicada, Ana Pôla me chamou pra ir ao MUSEU DE l'ERÓTICA de Barcelona.
O museu erótico ficava pertinho do nosso hotel. Aí no último dia não fomos ver o Picasso (façam vocês os trocadilhos, por favor) e sim parar nesse tal museu. É um prédio sombrio, esquisito. Tem umas mulheres a caráter vendendo os ingressos. Você chega e tem uma sala passando uns filmes pornôs do século passado. O restante do museu tem "arte erótica", ou seja, uns desenhos e fotos na parede e umas esculturas em madeira de vários pirocões. O local estava vazio, então quando eu pensava que pelo menos não ia passar pelo constrangimento de admirar as "obras" com um monte de gente perto, chegaram vários garotos de 20 e poucos anos sozinhos. Tive que passar o restante do período mudando de sala quando os caras se aproximavam ou me disfarçando de moldura de quadro, tomando cuidado pra não chegar muito perto da Ana, senão iam achar que a gente tinha um caso. Saí de lá totalmente impura e pronta pra Amsterdam.
Meus dias na Europa - parte IÉ, galera, voltei. Já faz uns dias, aliás. Cheguei na madrugada de quarta-feira. Desde então, venho tentando pensar em posts sobre as férias de Bruno e Marrone, mas nada acontece. Enquanto estava viajando pensei em fazer um post e-lor-me, como fiz com outras viagens, contando tudo. O problema é que só de pensar em fazer um post giga mega plus me dá uma pregui... Durmo antes de começar. Então pra não corrermos o risco de acabar de vez com o blog, vou fazer apenas um resumo, contar só uma história e acabou. Digo correr o risco porque apesar de tudo ainda tem umas duas ou três que gostam do que eu escrevo. Enquanto elas existirem, de repente a coisa toda vale a pena.
Foram 16 dias na Europa. Minha primeira viagem internacional de fato, porque Buenos Aires não conta, é quase São Paulo. Dessa vez estive em Lisboa, Barcelona, Amsterdam, Aberdeen (na Escócia) e Londres. A cada três noites, eu entrava num avião pra trocar de país. Foi cansativo, mas valeu a pena.
Ir pra Lisboa foi molezinha, molezinha. É uma cidade onde todos falam igual aos meus tios. Nem parecia que eu tinha saído do Brasil, exceto pelo sujeito do aeroporto me perguntando o que eu fazia e, se eu era jornalista, em que jornal eu trabalhava. Se normalmente eu já adoro explicar que eu não trabalho em jornal/rádio/TV, imagina em português de Portugal. Deixa ele. Quando eu tiver meu passaporte bordô de portuguesa que eu vou tirar ano que vem, vou passar direto por ele, com um lenço na cabeça argolas doiradas, rindo e atirando ratos mortos cheios de leptospirose.
Os portugueses são todos papais Joselitos. Têm um humor muito peculiar. Depois de sermos super bem atendidas em um posto de informação turística, de termos explicado pro cara que a gente tinha comprado um cartão visa travel money e trazido pouco dinheiro em cash, e que tínhamos que pagar o máximo de coisas no cartão (horas gastas explicando isso) e o cara todo simpático, um fofo, entendendo tudo... ni qui chega a hora de pagar o bilhete do ônibus city tour, estendemos o cartão e o cara, sério:
- Este cartão não aceitamos.
A gente chocada olhando pra ele, ao que ele emenda:
- Brincadeira. He he he
Ou seja, Jooo... Depois na pastelaria de Belém Ana Pôla vira pro garçom e fala:
- Você pode me trazer um café?
E o cara:
- Não.
E continua uns segundos olhando pra ela impassível, até que diz:
- Brincadeira, posso sim.
Ou quando eu fui perguntar como fazia pra chegar num lugar pra um sujeito num restaurante e o cara disse:
- Eu sei como faz, mas você sabe quanto isso vai custar?
O melhor é a cara séria com a qual eles fazem todas as brincadeiras. Adoro os portugueses. Adoro.
Por hoje está bom. Amanhã ou depois falo um pouco sobre Barcelona. Ou não. Sem stress, senão eu me desanimo de novo.