Marketing do diaboSei que estou chovendo no molhado, que todo mundo um dia já reclamou disso, mas preciso falar isso hoje: EU ODEIO TELEMARKETING. Acho um absurdo, um abuso, um acinte, e todos os sinônimos mais para uma tremenda falta de respeito que vocês conhecerem. Não pode eu estar de férias, em casa, cantando "aquela nuvem que passa lá em cima sou eu", o telefone tocar, eu atender e ser OBRIGADA a ouvir aquela pessoa que quer falar com a Sra. Fernanda. Senhora Fernanda é o meu ovo imaginário! Ai, que raiva!
Mas existe o telemarketing pior que o telemarketing, porque tudo que é ruim sempre pode ser pior. O telemarketing mais insuportável de todos, a escória deste tipo de ação vil, é o telemarketing das ONGs, entidades filantrópicas, doações e afins. Eles usam todos os artifícios possíveis para que você se sinta culpado. "É só 35 reais, SENHORA, para ajudar as criancinhas cegas e surdas que nunca tiveram uma oportunidade na vida, SENHORA, enquanto você está aí, vendo, escutando, vai que, se não ajudar, SENHORA, Deus manda uma tsunami via Praia do Flamengo pra destruir a sua casa, SENHORA". É mais ou menos assim. A de hoje, que me fez escrever esse desabafo, começou lendo uma mensagem de agradecimento por uma doação que eu fiz em 2009 pra entidade deles. Sendo que eu NÃO fiz doação nenhuma. Sentiram a fina perversidade da coisa? Eles leem um texto dramático agradecendo a doação que a pessoa não fez, aí a pessoa se sente ainda mais culpada por tanta gratidão indevida que acaba fazendo a bendita doação.
Olha. Eu acho que procurar uma instituição séria e ajudar é importante. Mas morro dura e cinza e não mudo de ideia: ninguém tem o direito de ligar pra minha casa sem eu consentir, se não fui eu que dei meu número de telefone, pra me vender ou pedir nada, ninguém, ninguém. Cadê uma lei igual a que tem nos EUA que a pessoa proíbe telemarketing no seu número? E não venham me dizer pra eu colocar bina no meu telefone. Eu tenho o direito de atender as minhas ligações mesmo se o número for desconhecido e não passar por essa chateação, SENHORA.