Madrugada de sábado, comentando sobre a sexta-feira
Com milhões de ratos mortos, dessa vez você passou todos os limites! Extrapolou. E agora deve estar lá, feliz, se achando o rei da cocada preta. Tá por cima, né? Espera pra ver. Você vai sentir tudo o que eu senti hoje. Em dobro. E eu vou estar assistindo na primeira fila. Vingativa, eu? Não, gracinha, isso chama-se justiça divina. Olho por olho, dente por dente. Tá lá no Velho Testamento.
E o meu dia que tinha começado tão bem. O trocador me deu bom dia, me ajudou a passar a roleta, agradeceu... Antes de colocar o fone no ouvido – não ando sem meu walkman no ônibus, por isso minha cultura FM é tão afiada -, ainda pude ouvi-lo cumprimentar outros passageiros que subiam, sempre com um sorriso. Viva a boa educação! Fiquei com uma sensação boa. A gentileza pode mesmo melhorar o humor das pessoas. E desarma qualquer um. Não sei se o cara consegue manter por todo o dia essa postura, mas, por causa disso, ao menos eu tive um ótimo começo de manhã.
A tarde também começou bem , mais ainda pela volta patética do almoço. Chuva de inverno (aquela que não pára), e eu tentando dar carona pro Marcos Fábio, os dois se molhando mais que se protegendo com o meu guarda-chuva mini de mulherzinha, com uma das pontas, assassinas, quase furando o olho dele. E eu de sandália, com o pé molhado, escorregando. Poderia cair no chão a qualquer momento e ficar lá embaixo chamando “Marcos Fábio, Marcos Fáaabio!” enquanto ele ia embora com o guarda-chuva, acenando pra mim, sorrindo.