A realidade é estranha
Eram aproximadamente 22h. Saía de casa para comer um pizza. Ao passar pelo pátio (meu condomínio tem dois blocos e dois elevadores e para chegar até o segundo passamos por um hall), vi as crianças de sempre brincando. Mas ontem elas estavam vestindo fantasias de Carnaval, dessas de escolas de samba. Quando passei, elas correram para mim pedindo dinheiro. Como crianças de rua, com os trejeitos: "me dá um dinheiro, por favor, qualquer coisa serve, qualquer moedinha". Quando perguntei o porquê, elas disseram que "queriam um dinheiro só delas, que não precisassem pedir para os pais". "Eu vou comprar um batom", disse uma menina. Fiquei tão transtornada que dei umas moedas, porque só tinha notas de 10. Pior é que eles ficaram todos felizes. As crianças estavam brincando de esmolar.
E no Pizza Park, na Cobal do Humaitá, uma casal
disgusting: um velho careca de cabelos brancos (aquela coroa de cabelo) e uma moça jovem, de uns 30. Lá pelas tantas, eles começaram a fazer uns movimentos com as mãos e o corpo, como se estivesse fazendo mímica. Quando eles levantaram, a moça tirou os óculos e andou meio cambaleante, estava totalmente chapada. E tinha um sujeito na mesa ao lado que falava tanto, TANTO, que já estava irritando a gente. Quando ele foi ao banheiro fez um silêncio bom! E o pior é que só ele falava na mesa, teorizando sobre coisas como "não é mais fácil aprender uma língua aos 10 anos, é que as crianças têm mais tempo que os adultos, que têm outras coisas para pensar". Nesse raciocíonio, para ele os bebês aprendem logo a falar por isso, desprezando toda a teoria cognitiva.