Mimo luminoso
Estava no ônibus, ouvindo meu walkmanzinho, como sempre, quando um homem entrou para vender coisas. Olhei para ele com um olhar blasé. Com certeza, seria mais um daqueles que nos oferecem calorias vazias, na forma de bananadas, balas de café, de iogurte... ou utilidades estranhas como kits de costura e extratores de suco de laranja.
Este estava vendendo canetas eloormes, com um bichinho em cima e de cores discretas como rosa e verde fosforecente. De repente, durante a ladainha habitual, ele saca uma delas e demonstra... as danadas acendiam quando o cara escrevia! Meu coração disparou, parei de prestar atenção à música e imediatamente pensei: “Estou muito precisada dessa caneta!” Fui ficando agoniada porque eu estava meio atrás no ônibus e o homem simplesmente não conseguia chegar, parava em todos os bancos. Mas finalmente consegui comprar as minhas: uma verde e uma rosa, a verde com um ursinho em cima, a rosa com um gato. Custou um real as duas. E é a coisa mais trash que se poderia imaginar. Ninguém no trabalho acreditou quando, de repente, eu estava anotando compromissos com uma caneta que acende.