Supresas do coração
Ainda na semana dos namorados, uma historinha em homenagem a essa época tão singela. Lembro-me das proximidades desse dia em 2001. Encontrei um ex-estagiário meu tudo-de-bom (o apelido do rapaz é Gladiador). Com um olhar torturado, o moço me perguntou:
- Fernanda, quanto custa aquele perfume do Antonio Banderas?
Perfume? Antonio Banderas? Onde estou? É bonito aqui?
- Que perfume, Gladiador?
- É importado. Masculino. Eu preciso saber quanto custa.
- Bom, não posso ajudar... nem conheço o perfume. Mas para quê você precisa saber isso? Está participando de alguma gincana?
- A menina com quem estou saindo comprou isso para mim de dia dos namorados. Agora, eu preciso comprar algo para ela que custe mais ou menos a mesma coisa.
Oh, questão indissolúvel...
- Ah! Entendi. Acho.
Ele continuou:
- Não pode ser qualquer coisa... mas também não pode ser nada romântico... não pode parecer que eu me importo muito com ela, porque a gente não está namorando.
Ih, agora enrolou.
- Sei, algo neutro... dá um livro.
- Um livro... é, pode ser... mas será que tem algum livro que custe tanto quanto o perfume? Deve ter sido caro.
Ai, minha Nossa Senhora da Penha. Naquele mesmo dia, ele me contou ainda que, meses antes, perto da Páscoa, marcou com a moça no cinema. No dia, ele a viu subindo lentamente ao ritmo da escada rolante e, aos poucos, pôde ver nas mãos dela... um ovo, que ela estendia, sorrindo. Ele também estendeu as mãos para ela - vazias, e lhe deu um abraço. Desde aquela época, a situação deles era indefinida, mas a menina, ao que tudo indica, gostava de presentear.
Pobre Maximus... por não ser capaz de esclarecer para a garota e para ele mesmo se ela era namorada ou não, ficava passando por essas bananosas.