Anjo da guarda inesperado
Como eu adoro quando me dão atenção! Então eu estou lá, fazendo meu exercício de tríceps no robot... e, ao final da série, levo as mãos ao cotovelo, um gesto totalmente automático e distraído. Explica-se: esse exercício sempre doeu um pouco, mas eu nunca liguei. Afinal, o que arde cura, o que aperta segura etc etc etc. Um dos professores estava perto, parou o que estava fazendo e disse:
- Doeu o braço?
Olhei para um lado, para o outro... sim, era comigo.
- É, dói sempre.
- É aqui na pontinha, bem perto do cotovelo?
- É...
- Hum, então é no tendão.
Ele ajeitou o aparelho para mim, pediu para eu observar e, se continuasse doendo, para eu pedir para o meu professor (sim, porque o cara nem é o que faz a minha série, podia ter me jogado um rato morto e fingido que não tinha visto) trocar o exercício, porque "a dor pode se tornar crônica".
- Credo! Obrigada.
Fiquei toda boba. Eu sempre digo que sou que nem cachorro. Qualquer osso que me jogam, se a pessoa é um pouquinho legal comigo, pronto, já me ganha pra sempre.