Ainda sobre a festa de fim de ano da empresa
(ou "A funcionária sem noção")
Na super festa de fim de ano da empresa, tem sorteio de brindes. Algumas pessoas reclamam porque é permitido que quem não esteja na festa na hora do sorteio receba o prêmio assim mesmo. Até pensamos em mudar este sistema, mas aí refletimos que, como são 3 mil funcionários e em média 400 pessoas participam da festa, muito mais gente iria chiar se fizéssemos diferente.
O meio termo que encontramos foi fazer brincadeiras durante a festa e entregar brindes para os participantes. Assim, quem está lá tem mais chance de ser premiado.
Este ano, repetimos um concurso de perguntas e respostas que fazemos já há uns dois anos. Eis então que uma funcionária participa e eu, toda pimpona, achando que estou fazendo um negócio muito legal, entrego um presente para ela. Um walkman. Ela olha o brinde, o sorriso dela murcha e ela diz:
- Ah, não, walkman de novo! Ano passado eu já ganhei isso, troca pra mim.
Ahahahaha, pícara sonhadora. Não quer, então me dá.
- Não posso, infelizmente, não posso. - mantenho o sorriso no rosto.
- Poxa! Não dá pra ser pelo menos um disc man?
Pelo menos um disc man. Um flash passa na minha cabeça: eu, dias antes da festa, planejando cada brincadeira, que brinde ia para cada uma, tudo calculado cuidadosamente de acordo com o nível de dificuldade. A planilha de custos dos brindes aparece na minha mente. Walkman: R$ 49,00. Disc man: R$150,00. Ela manda trocar um walkman por um disc man como se valessem a mesma coisa. E como se eu fosse mesmo trocar. Tola. Falou com a pessoa errada.
- Não poooossoooo, infelizmente, não poooossooooo - falo sorridente e cantando, qual uma atendente de telemarketing seguindo um roteiro.
Caraca! Não quer um walkman então ano que vem não participa, cacete, deixa a chance pra quem quer o brinde. Ou pega a porcaria do troço e dá pra alguém. É de graça e ainda reclama!
Como tem gente sem noção no mundo, meu Deus.