A sacerdotisa
(...) fitando a cama vazia, o quarto vazio e a sucessão vazia e infindável de dias através dos quais, de algum modo, eu tinha de aprender a viver, sozinha.
Vejam só como são as coisas. A mulher larga o posto de sacerdotisa de Avalon. Mais: ela é sucessora provável da suma sacerdotisa, poderia, portanto, ficar com o comando da ilha encantada que é o seu lar e ela adora. Mas não. Ela joga tudo para o alto e vai seguir o seu grande amor. Vive com ele por mais de 20 anos, dá à luz um filho dele, quase morre de parto, administra a casa e a vida do cara enquanto ele vai lutar com o exército romano, passa todos esses anos se mudando de um lado para outro, passando ora frio, ora calor demais, aturando a falazada da galera por não ser casada... e agora, o sujeito recebe uma proposta de se casar com outra para virar imperador e vai.
Ou seja, a mulher largou tudo, anulou a vida por causa do cara... mas o posto de imperatriz ela nunca vai ocupar. Os melhores anos da vida dela ela deu pra ele. Os melhores da vida dele ele vai dar para outra.
Homem já era tudo palhaço no século XIII.
Desculpem, meninos leitores. Estou amarga.