AVENTURAS PARATYNENSES - PARTE III
A frente fria não veio. Ainda bem... aproveitamos o sol e fomos fazer um passeio de barco. Amei! Passamos por várias praias, mergulhei, nadei, me esbaldei que nem um pintinho no lixo.
Mas é claro que tinha o chato do barco. Porque em toda aglomeração com mais de três pessoas sempre há um chato. O chato do barco era, ao mesmo tempo e justamente por isso, o chato do violão. O barco tinha música ao vivo. Tudo em Paraty tem música ao vivo. A gente tinha medo de estar andando na rua, escutar uma música e uns caveiras pularem na nossa frente pedindo 4 reais de couvert.
Indumentária
A minha camisa com o slogan “A moda é não fumar” era quase uma ofensa pessoal aos amantes da literatura que circulavam em Paraty. Nunca vi povinho pra gostar mais de um cigarro que escritor. Compreensível. Além de câncer, dá inspiração. Andar com uma frase dessas era praticamente o mesmo que ostentar um “a moda é não ler”. Neguim me olhava torto e às vezes comentava na minha cara.
Bebedeira
Só mesmo com duas caipifrutas nas idéias foi possível agüentar feliz a espera pelo início do show de abertura do festival. No segundo copo tudo parecia mais agradável, eu estava feliz em estar ali, em ter viajado para Paraty, em ter amigas tão legais... tudo era colorido e bom. O caipifruteiro provavelmente misturava à vodka e ao leite condensado alguma substância que causava dependência, porque as pessoas voltavam lá freneticamente, todos os dias. Quando fomos pegar a nossa segunda, o cara comentou que já era a quarta de uma moça que também estava esperando. Ela ficou até sem graça, mas nem precisava. A gente desconfia que até o Gil deve ter bebido uns goles, para fazer aquele discurso sem quê nem porquê. Ou não. De qualquer modo, mesmo com as caipifrutas atuando sobre o meu organismo, na espera pelo show eu só conseguia pensar que teria história para contar no blog. E no rodízio de pizza, para o qual iríamos depois.
Ao menos, a abertura foi maravilhosa: chorei em vários momentos (novidade), principalmente quando a Adriana Calcanhoto cantou “Eu sei que vou te amar”. A coisa mais linda.
O terceiro dia
Fomos visitar algumas cachoeiras. Foi ótimo, o legal da cidade é que tem praias lindas e cachoeiras lindas. Dá pra agradar todo mundo.
No meio do passeio, as pilhas da minha máquina fotográfica acabaram. Adquiri mais dois pares em uma loja por 4 reais cada. 4 reais! Quase toda a minha fortuna em ouro. Esperei que aquelas pilhas durassem eternamente, por um preço desses. No dia seguinte, elas acabaram. A eternidade dura pouco. E um viva às pilhas recarregáveis, a maior invenção da humanidade depois da roda e do filtro solar.
Consumo
De noite, foi a palestra do Hobsbawn, a qual nossas amigas assistiram. Eu e
Ana Pôla aproveitamos para andar e entrar em TODAS as lojas. Compramos uma quantidade indecente de coisas, enquanto nos equilibrávamos naquela merda de calçamento do centro histórico. Aquilo ali é catalisador de bebedeira, porque a pessoa vai andando em zigue zague. Usar salto alto ali é terminantemente proibido. Digamos que seja uma rua das pedras, em Búzios, três vezes pior e sem as patricinhas.
Comida, Abel
Dica gastronômica rápida: porrada com chicote até sangrar em quem for a Paraty e perder o estrogonofe de camarão do restaurante Chafariz.
(CONTINUA !)