Contos de hospital
Bem na Foto passeia pelo hospital fazendo suas tarefas do dia. Estagiária nova, meio perdida, ela pergunta para alguém onde era a sala dos voluntários e vai até o local indicado. Chegando lá, abre a porta distraída e depara-se com um cadáver. Uma mulher, mortinha da silva, careca e nua, descoberta, estendida numa maca. Ela dá um berro e sai correndo, atarantada, sem pensar. Então de repente ela pára para refletir:
"Puxa, eu sou kardecista. Não deveria ter feito isso. Aquela alma acaba de fazer a passagem e eu saio correndo e gritando, devo tê-la assustado."
Bem na Foto VOLTA lá, abre a porta, entre na sala, fecha a porta, fica sozinha com a morta, olha para o corpo e faz uma prece:
"Senhor, receba essa alma que acaba de partir..."
Aliviada, ela vai para a sua própria sala e, chegando lá, conta indignada que tinha visto um corpo. As pessoas esclarecem que isso acontece, assim, em um hospital que trata câncer. Às vezes as pessoas morrem e precisam ser removidas e tal. Aí ela esclarece o porquê da sua raiva:
- Não deviam deixar uma pessoa morta descoberta em uma sala! Não estava nem na geladeira!
Todos estranham:
- Mas isso aqui não acontece, não... espera aí... onde foi que você viu essa pessoa?
Após explicar a localização da sala, as pessoas entendem.
- Bem na Foto, o que você viu não era um corpo. Era a Maria Eugênia!
Maria Eugênia: boneca utilizada para ensinar os acompanhantes a cuidarem dos seus familiares doentes.
Imaginem só a menina rezando por um boneco! Mico da melhor qualidade. Tomara que uma alma que estivesse realmente vagando por lá ao menos tenha se beneficiado das boas intenções de Bem.