Banheiro masculino
Festão da empresa que presta serviços lá para o hospital, restaurante caro, bonito, com pista de dança, comida e bebida a rodo, coisa pra gente que a vida trata bem. Só tinha um problema: apenas um banheiro feminino. Isso é morte lenta e certa! Em determinado momento, quis entrar e estava ocupado (básico). Não estava com paciência de esperar e já ia voltando para a pista de dança, ni qui dou de cara com Mandana Cão, a dona da empresa. Eu comento:
- É, eu ia ao banheiro, mas está ocupado.
E Mandana:
- Vai no de homem! O de homem está vazio!
É contra a minha religião fazer isso (virginianos gostam de tudo nos seus lugares certos, menina em banheiro de menina, menino em banheiro de menino, somos antiquados), mas ela praticamente me atirou lá dentro, dizendo:
- Vai, Fernanda! É igualzinho ao outro!
Vi que não tinha alternativa e já ia fechando a porta quando vi uma mão pela fresta, me dando alguma coisa. Era a letra H que estava pendurada na porta, que ela ARRANCOU de lá e me deu:
- Toma, leva isso aqui.
Pai amado... essa gente não rasga dinheiro, mas é tudo trololó, né?
Mas eu não fico atrás. Saindo do banheiro, tinha um cara pra entrar. Antes de deixá-lo passar, eu olhei na porta pra ver se tinha algum preguinho, sei lá, pra eu pendurar de novo a letra. Não tinha, ou eu não vi, não sei como demônios aquele troço estava grudado. Aí, entreguei a letra na mão do sujeito e disse:
- Toma, isso é seu.
Fico imaginando o que o sujeito fez com aquilo. Ele pode ter achado que era uma espécie de senha a ser entregue a todos que usassem o banheiro e entregou para o próximo, que entregou para o próximo... de repente, daqui a uns dias sai uma matéria no Rio Show sobre o “diferente restaurante onde os homens passam uma letra H para o próximo da fila no banheiro”. Que nojo.