Alalaô
Odeio Carnaval. Carnaval é um negócio que atrapalha a minha vida semanas antes de realmente acontecer. Além de deixar o trânsito de lugares por onde eu tenho que passar infernal, porque as pessoas estão ensaiando no Sambódromo, ainda por cima faz com que as minhas amigas só queiram ir pro ensaio do Monobloco, o ensaio da Banda de Ipanema, o ensaio do Simpatia é Quase Amor, Imprensa que eu Gamo... fora as quadras de escolas de samba. E eu, que sou uma pessoa que detesta samba, ou fico em casa, ou vou com elas assim mesmo.
Foi o que eu fiz no sábado. Resolvi encarar o ensaio do Simpatia é Quase Amor no Clube dos Democráticos, na Lapa, "fundado em 1857".
Bom, é verdadeiramente um estudo antropológico. Desde os velhacos de cabeça branca (se meu avô fosse vivo, de repente eu encontrava ele) até uns gatinhos bem gatinhos (e novinhos), estava todo mundo lá. O lugar até que não era de todo mau. Quando entrei no banheiro, fiquei feliz. Dez casinhas! Cagalho! Um lugar quase à prova de filas. Mais tarde, voltando lá, descobri que me enganei, era um banheiro Joselito: das 10 casinhas, cinco eram... bidês. Quem usa bidê? O pessoal que vai ao Clube dos Democráticos.
Já que eu estava lá, me diverti, apesar das muitas pessoas sem loção. A falta de loção das pessoas ia aumentando à medida que as horas passavam. Nem estava tão cheio, mas neguim incomoda, dança esbarrando nos outros... o pior é que tinha um monte de gente suada... Nunca dei tantos tocos em uma noite só. Porque os bonitinhos sumiram. De repente, lá pra umas 2h30, eu olhei em volta... e todos tinham sumido! Só sobrou um moreno liindo que, provavelmente, não queria lada com ninguém, porque dançava, dançava, dançava sem nem olhar pro lado.
Mas foi bacana. Acho até que vou voltar mais vezes. O que não impede que eu queira que este período nefasto de samba, suor e cerveja passe logo, naturalmente.