Tortura
Fazia parte do projeto Carnaval Geriátrico comprar um livro pra ler no feriado. Então, passei em um livraria e adquiri um. Um romance assim bem rocambolesco, que me prendesse durante hooooras a fio e me fizessem esquecer de que, em algum lugar, tinha gente se sacudindo toda e beijando na boca. Coisa mais anti-higiênica.
Juro que não tenho preconceito nem com livro, nem com filme. Basta me divertir que pronto, adoro. Não precisa ser intelectualóide, reflexivo, educativo, informativo, não precisa me trazer conhecimento que depois eu vá usar, não precisa nada, somente me entreter. Vejam que eu não sou assim muito exigente.
Mas a PORCARIA do livro que eu acabei comprando não tem nada disso e ainda por cima é chato para pênis. O enredo era bem mirabolante, acompanhem: uma menina que fica surda aos cinco anos, aprende a se comunicar com o mundo apesar da sua condição, depois se apaixona por um jovem médico que vai para a guerra (pois é, o livro é na época da Primeira Guerra Mundial). Custava ser um dramalhão, do jeito que eu gosto? Não precisava ser chato. Mas é chato, é chaaaato! E eu não perdôo livro chato.
A autora escreve de uma forma enervante em todo o longo trecho em que narra a hist?ria da protagonista ainda criança. Ela procura reproduzir na narrativa, acho eu, uma maneira infantil de encadear pensamentos, mas caga tudo e só consegue tornar as coisas confusas e irritantes. Depois, quando finalmente a garota cresce, o encontro dela com o tal médico passa em brancas nuvens, de uma hora pra outra eles estão casados e tcham: o cara está na guerra. E aí a autora descreeve os horrores da guerra. Eu vou te contar. Ô mulherzinha chata. Achei que fosse devorar o livro em Massambaba (já acabei com um de 500 páginas em uns 4 dias), mas não consegui ler nem 200. Desde que eu cheguei de viagem, ainda não abri o livro.
A má notícia é que eu vou TER que acabar de ler. Eu não gastei 54 reais numa coisa à toa. Agora sou eu contra o livro. Minha pão-durice é maior que o meu amor pela boa leitura. Tenho fé de que vou conseguir.