Apetite devastador
Dava pra fazer uma tese de doutorado (não sei em que área) pra tentar descobrir o que me tira o apetite. Quando eu estou triste, como pra compensar. Feliz, como pra comemorar. Doente, como pra ficar mais forte. Ansiosa, como pra passar o tempo. E por aí vai.
No domingo, durante a tarde febril, tá que eu não consegui comer. Olhava pro ovo de Páscoa que Pentel tinha pedido pra abrir e não sentia a menor vontade. Também porque eu mal conseguia me mexer. Aí, foi a febre baixar pouco mais de um grau e descer pra 38,5, que, pronto: vi meu pai passando com uma pizza torradinha, quatro queijos, e fui lá mendigar um pedaço.
Esses dias, em recuperação, tenho comido alucinada tudo que aparece, de salada de alface a miojo, de cenoura com atum ao resto do tal ovo de páscoa.
O que não dá pra entender é que meu peso não aumenta, até diminui. Por isso que eu não tomo remédio pra verme: desconfio que tem um criadoiro aqui dentro da melhor qualidade.
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Bom, tem uma coisa que me tira apetite. Agonia me tira apetite. Graças a Deus, lembro de poucas vezes em que realmente fiquei angustiada.