O POST DA MICARETA
Como diz Minnie Nome Triplo, a gente tem que fazer as coisas pelo menos uma vez na vida. Bom, nem tudo, mas é bom fazer uma coisa que você nunca fez na vida. Mesmo parecendo bizarra. Se eu tivesse frescura com isso, vocês não iam poder ler posts do rafting, de caminhadas pelas trilhas tortuosas de Ibitipoca, post da Six dos infernos etc e tal.
Enfim, fui a uma micareta. É, sim. Escolhi uma coisa light pra começar: Ivete Sangalo. Nada de Chiclete com Banana e outras coisas obscuras das quais nem sei o nome. Aí já seria demais. Ivete pelo menos toca na rádio e qualquer um que não seja surdo conhece uma ou outra coisa.
Top de 4 real
Fui trabalhar com uma blusa justa (mas discreta, viu, meninos, que eu sou uma lady) pra poder colocar depois o abadá por cima (abadá... nunca pensei que uma palavra como essa faria parte do meu vocabulário um dia). Quando cheguei no trabalho, a estag que me vendeu o ingresso disse imediatamente que eu ia sentir calor se mantivesse aquela blusa por baixo. Decidi, antão, comprar um top baratinho pra colocar por baixo (tem uma Citycol perto do trabalho). Citycol é lixão, mas pelo menos é uma LOJA. Só que lá não tinha top e eu, frustrada, voltando pro escritório, pensando no que ia fazer, passo por um CAMELÃO e vejo váaarios tops pendurados, sorrindo pra mim. Apertei o botão de invisível pra ninguém me reconhecer e arrematei um ali mesmo. Fiz uma ambulante feliz e, de quebra, resolvi meu problema.
Abstinência de água
Quando perguntei pra moça dos ingressos se o lugar tinha banheiro, ela respondeu: “bom, tem... banheiro químico”. ENTÃO NÃO TEM BANHEIRO! Passei a tarde bebendo pouca água e indo ao banheiro pra secar qualquer resíduo. Depois do trabalho, teve chopp e eu não bebi um gole. Minha estratégia estava perfeita. Não duvidem da minha capacidade de ficar hooooras sem fazer xixi. Um dia inteiro, se for preciso.
No caminho pro show, no meio daquele trâaaansito pra Ilha do Governador (ah, é, mais um detalhe sórdido: o show foi na Ilha, além da poça), uma lata de cerveja se materializou na minha mão. Não sei bem como aconteceu. Sei que daqui a pouco a segunda lata se materializou e depois uma garrafa. Fênomenos estranhos que nem Padre Quevedo explica. Como com essas coisas não se brinca, bebi a cerveja. As cervejas.
Quando paramos num posto porque todos queriam ir ao banheiro (por que será?), senti uma dor no peito ao adentrar o último banheiro limpo que veria naquela noite. Peguei amor com o local. Quase fiquei morando lá dentro pra sempre. Só não fiz isso porque tinha umas pessoas batendo freneticamente na porta.
O terrível banheiro químico
É impressionante como o ser humano adapta-se às situações mais adversas. Fome, guerra, intempéries e ... banheiros químicos. Depois de usar uma vez aquela coisa suja e fedida, a visão da antesala do inferno, e ainda assim me sentir uma nova mulher ao sair... eu saquei que poderia tomar todas as cervejas que iriam continuar a se materializar na minha mão. Oba!
O show
No saldo geral, até que o lugar não era a praça de guerra que eu esperava, com pessoas me esmagando, me empurrando e perigo real de morrer pisoteada. Tinha um clima de mini Rock in Rio. Na infra-estrutura, quero dizer. O show não “levantou a poeira” que eu esperava, as pessoas estavam meio desanimadas. Mas valeu a pena.
Ah...
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Porque ninguém vai a uma micareta assim do nada sem ter um motivo, só pra poder blogar depois. Pícaros.