Visita
Estava eu quieta lá no trabalho, no meu cantinho, sem incomodar ninguém, ni qui o telefone toca.
- Alô.
- Alô, Fernanda?
- Sim.
- Aqui é a Lívia. Você não vai acreditar que Lívia.
Como objetividade não é o meu forte, fiz uma pergunta pouco óbvia:
- Que Lívia?
Afinal, se eu não ia acreditar, era melhor que ela atirasse a bomba de uma vez. Provavelmente era alguma parada social. Se bem que, por mais que eu escarafunchasse a minha mente, e olha que não tem muita coisa lá dentro pra olhar, não conseguia me lembrar de nenhuma Lívia para quem eu pudesse estar devendo algo.
Ela continuou:
- Lívia...
Miss Pop.
Medo. Era pior que a parada social. Era uma blogueira psicopata que tinha ido me catar no meu local de trabalho, onde eu ganho a ração da Sassá! Teria sorte de chegar viva em casa.
- O-oi, Lívia! Tudo bem?
Vai um lexotanzinho? Uma camisa branca enrolada na frente? Uma consulta com o Dr. Philippe?
- Tudo! É que hoje eu vou fazer uma matéria aí e queria alguns dados.
Uhhhhh! Era só trabalho! E não é que a criatura era a repórter justaNente da matéria que eu ia acompanhar naquele dia, muito contra a vontade?
+++
É isso que dá conhecer blogueiro insandecido. Quando me despedi dela, eu disse:
- Você sabe que eu vou blogar, né?
Blogado. E da faculdade. Tem gente aqui fazendo coisa muito pior que blogar. Como trabalho de Português, por exemplo.