Doente do pé
Mágico de Zoss telefona para a minha sala. Eu atendo. Ele pergunta, amavalmente, como eu estou, se já melhorei, enfim, aquelas palavras amigas que eu me acostumei a ouvir nesses dois dias de trabalho. Pessoas gentis sendo gentis comigo, alguém que, definitivamente, não merece. Então, Mágico faz alguma brincadeira envolvendo meus neurônios, algo como “você machucou o pé, mas a cabeça está boa”. Eu respondo:
- Bom, a cabeça nunca foi lá muito boa, mas acho que o tombo não a piorou.
E ele:
- Tombo? Houve um tombo?
- É, a bicicleta me derrubou.
Mágico, espantadíssimo:
- Ué, mas não foi uma moto que passou em cima do seu pé?
Moto? Pé? Quem sou eu, onde estou? É bonito aqui?
- Não, Mágico. Foi uma bicicleta... e ela me atropelou.
- Ahhhhhhhh...
Ah...
- Ah, mas não deve ter sido assim tão ruim ficar 15 dias em casa, né?
- Foram 45 dias, Mágico.
Vejam vocês como as pessoas prestam atenção nas coisas. É capaz de quando Suave Veneno voltar da licença-maternidade perguntarem se ela foi fazer uma lipo, porque andava barriguda uns meses atrás.