Bizarrices da TV aberta
Quando eu viajo pra casa de praia, vejo toda a sorte de lixo televisivo, porque lá não tem TV a cabo. Não tem Multishow, GNT, Warner. Então tenho que ver a Rede TV, Band e Record, pra variar a Rede Bobo.
Esse feriado, vi Casa dos Artistas, Sem Saída, Hebe. Vi um pouco de Pânico na TV. Vi tudo que é porcaria. Mas a melhor mesmo foi o Superpop. Cara, ninguém ganha do Superpop. O Superpop é imbatível. Daqui a uns anos, tenho certeza de que aquela cara apastelada da Luciana Gimenez será cult.
O tema do programa que eu vi era o Rafael Ilha. Sacam Rafael Ilha? Aquele que engoliu pilha (rimou). É. Um que era do Polegar, que namorou a Cristiana Oliveira e que apareceu na TV depois de ter roubado uns caraminguás e de ter engolido umas pilhas. Mostraram até as radiografias dele com as pilhas lá dentro. Nunca vou esquecer aquela visão dantesca. Lembraram?
Pois é, vocês pensavam que ele nem mais existia, que tinha evaporado no ar, virado pó (trocadilho incluído), mas não, tolo. Ele ainda vive e estava lá, no Superpop. Montaram uma espécie de tribunal pra condená-lo ou absolvê-lo sei lá do quê. Tinha júri e advogados de defesa e acusação. E todo mundo falava ao mesmo tempo. De vez em quando, eles colocavam uma espécie de vinheta com a cara dele sorrindo, uma música de suspense e o próximo tema escrito, coisas como “fundo do poço”, “drogas”, “cadeia”.
Na hora em que o tema era o malfadado episódio das pilhas, apareceu a vinheta e um sujeito falando “Rafael tentou se matar engolindo duas canetas, três pilhas e dois isqueiros”. Corta pro Rafael no programa, protestando:
- Ei, também não é assim! Quêee isso, duas canetas, três pilhas, não foi nada disso!
Lady Gimenez chama o comercial. E a gente tem que esperar vários minutos até que o ex-drogado (que agora encontrou Jesus) esclareça:
- O pessoal exagera... foi uma pilha e um isqueiro.
Ah, bom. Ele devia estar precisando de luz e energia na vida dele.
O ápice da falta de noção do programa foi que, de repente, do nada, cortaram o “papo sério” do Rafael Ilha pra chamar a ... Antonella. Lembram dela? Antonella... Big Brother, aquela que falava Xuliana. Então. Vocês pensavam que ela tinha sido abduzida pra outro planeta, né? Mas não, pícaros. Ela vive e estava no Superpop, o programa que desenterra as caveiras. Antonella apresentou as candidatas a um tal “concurso de felinas”. Umas mulheres deploráveis de biquíni, maltratadas, com umas pernas manchadas cheias de berebas, estrias, uns dentes tortos... o show dos horrores. E o tal do tribunal do Rafael Ilha lá, o povo constrangido, meio descontextualizado junto com o tal concurso.
No fim, Rafael foi considerado culpado. Culpado de quê? Não entendi até agora. Talvez culpado de ter me feito ficar vendo aquilo até o fim.