O novo post da barata
Quem foi o corno que disse que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar? Cai sim! Estava eu muito tranqüila e calma feito água de poço na santa paz do meu lar, véspera de feriado, ni qui eu percebo com o rabolho uma “movimentação estranha”. Dois segundos depois, eu olho para a persiana e lá está ELA. Uma barata voadora, e-lor-me, com uns antenões do tamanho do mundo, me olhando, rindo na minha cara.
É inacreditável. A mesma situação. Papai e Mamãe Joselitos viajando, eu sozinha em casa. Não é possível! Mas aconteceu mesmo. Ao menos, dessa vez, ela não estava no meu quarto, e sim na sala.
Fechei a porta da sala e corri até a despensa, esperando que meu pai tivesse se compadecido de mim por causa da história que contei da outra vez e tivesse comprado um inseticida. Mas não, tolo. Lembrei imediatamente dele dizendo “Inseticida? A gente devia era comprar um revólver” e me perguntei por que diabos eu ainda nutria alguma esperança de que ele tivesse comprado. Eu mesma deveria ter adquirido um, para a minha própria segurança pessoal. Mas, como acreditei na maldita história do raio, não achei que fosse acontecer de novo. Que ódio! Eu ainda pego esse corno.
Fiquei com tanta raiva daquela situação, eu presa do lado de fora da minha própria sala, a televisão ligada lá dentro com o único aparelho de DVD da casa (o que acabava com a minha diversão da noite), a perspectiva de ter que dormir com uma barata na sala... provavelmente por causa de tudo isso junto, eu resolvi que ia matar a porra da barata. Entrei na sala, fechei a porta e fiquei TRANCADA COM ELA LÁ DENTRO. Morram de inveja, todos os que têm medo de barata. Eu ficava acompanhando com os olhos o monstro voar pra ver onde ela ia parar e evitar que ela sumisse. Quando ela se enfiava em algum buraco, eu sacudia tudo pra ela aparecer. Vitória! Eu era a pessoa mais corajosa do bairro. Tinha mais sangue frio que Jack.
O problema é que na minha luta contra a barata, ela praticamente venceu. Se eu consegui superar o medo, ela ganhou porque é menor que eu e se enfiava nos lugares mais esdrúxulos. Como eu não tinha a bosta de um inseticida, ficava difícil alcançá-la pra dar um porradão com o chinelo. Lá pelas tantas, aconteceu o mais bizarro: ela se enfiou numa fresta minúscula da janela (fechada) e sumiu. Eu não a vi sair pelo outro lado. Então supus que ela ainda estivesse dentro de casa, mas ela não aparecia mais. Sacudi tudo e nada. Evaporou.
Tive que ir dormir com essa dúvida. Será que a barata tinha saído? Será que ela ainda estava dentro? Eram os deuses astrounautas? De onde vim, para onde irei? E lá, será que tem insetos? Enfim, com todas essas questões na cabeça, naturalmente, sonhei com a barata. Que, até hoje, não reapareceu. Segundo Mamãe Joselita, ela está morta em algum lugar. Espero que não aqui em casa.