Sandália atômicaOutro dia, vi no metrô uma menininha de uns oito, nove ou dez anos* com uma sandália que acendia umas luzinhas quando ela pisava.
Era um troço hipnótico. Eu não conseguia parar de olhar. A menina estava sentada, e, de vez em quando, batia displicentemente com os pés no chão para que as luzes acendessem. Assim, como se fosse por acaso, mas não era. Ela estava orgulhosíssima daquele troço piscando.
Dá pra entender. Faz tempo, mas eu ainda me lembro de um ioiô do Paraguai** que eu tinha que, quando chegava perto do chão, acendia. Era o máximo, eu adorava! Tinha também o clássico chaveiro que apitava quando a pessoa assoviava, praqueles que nunca se lembravam de onde deixavam a chave (até hoje, eu acho essa uma idéia sensacional. Eu tinha que ter um chaveiro desses em tudo, inclusive na minha cabeça). Enfim, eu imagino que se, quando eu era pequena, eu tivesse uma sandália dessas, também ia ficar batendo com o pé e achando o máximo as luzinhas. Aliás, acho que até hoje. Ia dar supercerto eu na pista de dança com os pés iluminados. Chique no úurrrrtimo.
* Sou péssima com idade de crianças. Deve ser porque não convivo com muitas. Talvez Lulu quando nascer resolva este problema.
** Sim, amigos, porque quando eu era criança a febre era a pobretada toda ir pro Paraguai e trazer vários badulaques que acendiam e faziam barulho.