Mais um dia normalComo se não bastasse esse calor vesuviano, este inferno de Krakatoa que temos vivido, ainda por cima hoje o Rio amanheceu com uma greve de ônibus. Ah, que felicidade! Não podia ter sido uma frente fria em vez da greve? Custava nada. Uma frente fria e um pote de sorvete de doce de leite Haagen Dazs. E tudo ficaria bom novamente.
Mas voltando à vaca fria (a única coisa fria ultimamente é essa vaca, o resto está tudo derretendo)... Tá que eu olhei da minha janela e vi váaarios onibuzinhos passando como se nada tivesse acontecido... mas sempre fica aquela tensão. Porque você consegue o ônibus mas não se livra dos possíveis confrontos entre grevistas e motoristas fura-greve que possam rolar.
Peguei o primeiro ônibus que passou, mesmo ele me deixando um pouco mais longe do trabalho. Quando cheguei perto da entrada de um morro, ouvi um estrondo que quase furou meus tímpanos. Era do lado de fora, à esquerda, bem onde eu estava sentada... e aí eu pensei: é hoje. Demorou, mas chegou o meu dia de passar por um daqueles perrengues de novela, com direito a tiros e bomba. Afinal, carioca que é carioca tem que ter uma história dessas pra contar. Lembrei rapidamente de alguém ter me falado que estavam apedrejando ônibus, lembrei de uma granada que tacaram em um assalto recente naquela mesma rua, pertinho dali, mas, antes de pagar o mico de me jogar no chão do ônibus, coisa que por um pentelhésimo de segundo não fiz, o motorista esclareceu que “era só alguma coisa que tinha explodido no motor”. Meu dia de sorte, praticamente.