A simpáticaChegando em casa do trabalho, as patas ainda molhadas, tomando cuidado pra gerenciar chave, abrir porta, carregar bolsa e dinheiro, tudo sem estragar as minhas unhas chocolate, ouço ao longe um “OI, OOOOI, OOOOOOI”.
Ha. Se não olho nem quando gritam o meu nome, porque penso que pode ser uma outra Fernanda, imagina se vou olhar pra um “OI”. Eu mal tomo conhecimento! Só saí do transe porque o porqueiro me acordou:
- Fernanda, acho que estão chamando você.
As janelinhas voadoras saíram dos meus olhos, voltei para o estado alerta e virei pra trás, totalmente atenta:
- HEIN?
Tentei com muito boa vontade, assim, por cerca de meio segundo, identificar se na rua tinha algum conhecido (que, inexplicavelmente, estaria gritando OI e não o meu nome). Vi um borrão que parecia umas pessoas numa moto, porque sou cega como um morcego usando óculos escuros. Verifiquei rapidamente se não tinha deixado cair um dos meus badulaques, percebi que não e continuei a minha vida. Afinal, se não caiu nada meu, não me interessa quem estava gritando OI. Vai ver, era algum vendedor de cartão pré-pago. Certamente não era o Gael.