Coelhos amarelosOutro dia, lembrei que quando eu era só uma criancinha pequena e remelenta, eu tinha dois coelhos. Na verdade, um era meu e outro de Pentel. O meu era branco e o dela cinza, acho. Os nomes eu não vou lembrar mesmo, que Bruno e Marrone estão de férias junto comigo, mas é claro que demos nomes aos bichos, porque, na época, ainda éramos duas meninas sensíveis e inocentes.
Os animaizinhos peludos e fofinhos fizeram a alegria das nossas vidas até que, um dia, misteriosamente, sumiram. Mamãe Joselita veio, triste, informar que, na chuva da noite anterior, a garagem onde eles ficavam tinha enchido e os bichos tinham ido embora com a água. Uma história de gente pobre. Enchente levando coisas. Miserê total.
Bom, essa foi a versão na qual acreditei até semana passada. Na nossa viagem a Lumiar, relembrei a história.
- Mamãe, lembra daqueles coelhos que a gente tinha quando era pequena? Eles foram levados pela enchente, né?
E ela, tranqüilamente, como se não fosse nada:
- Que enchente o quê. Eu dei aquilo pros outros. Eles roíam tudo!
Cara, vou te contar. Tenho até medo do que mais eu possa vir a descobrir com a idade. Já teve a história da tartaruga que Mamãe soltou no terreno baldio e disse que a fada tinha transformado em pedra. Agora os coelhos. Pra me dizerem que eu fui achada por um gari no caminhão de lixo é um pulo. E de coelho. Pra terminar o post com uma piada amarela que é a alegria do povo.