Bichinho de DeusOntem fui no Teatro do Jóquei com Leitinho Scheitzer, que gentilmente me tirou de casa num feriado de calor insuportável em que todas as pessoas do mundo resolveram viajar - menos eu.
O teatro é dentro do Jóquei mesmo, onde ficam os cavalinhos correndo, tem grande prêmio, essas coisas todas que vêm juntas. Um lugar com muitas árvores, matos e, conseqüentemente, muitos bichos. Vimos vários gatos desde que chegamos. Nesses lugares sempre tem bichanos sem dono.
Na saída, nos dirigimos para o lugar por onde entramos. Estava meio deserto, escuro e sinistro, parecia a floresta encantada do Harry Potter, a minha rua à noite ou o cérebro de uma Tatty-Patty-Lu. Fomos andando, batendo papo, bolinha vai, bolinha vem... até que vimos um bicho, blasè, como se não fosse nada, lá pelo chão vivendo a sua vida. Acho que eu e Leitinho vimos ao mesmo tempo, porque falamos juntos:
- Olha... um bichinho...
Ah, que bonitinho! Coisa FOFA.
Primeiro pensei que fosse um gato, depois cheguei mais perto e vi que era marrom e estava curvado, com as patinhas agarrando alguma coisa, comendo... tive um ataque de ternura e achei que fosse um esquilo. Tem esquilo no Jardim Botânico, perto dali. E eu já ia dizendo: "olha um esquilo", quando vi o rabo comprido e fininho da criatura.
Gente, era um rato. O bicho era tão grande, mas tão grande, que parecia um gato ou um esquilo. Tinha uns 30cm de comprimento e devia pesar uns 10kg, porque era gordo, elorme. Era meio pelado, estranho, com uns tufos esparsos de pêlo. E encarou a gente. Medo, mãe!
Fiquei uns segundos paralisada, sentindo um pânico infinito. Vi minha vida passar todinha na minha frente, como um filme. Achei que fosse meu fim. Lamentei porque eu nunca ia saber quem vai ganhar o BBB e nem ia terminar o Fortaleza Digital.
Leitinho conseguiu quebrar o silêncio:
- Fernanda... é um rato!
Jura, Pedro Bó?
Eu consegui quebrar a imobilidade:
- Leitinho... vamos sair daqui!!!!
E fomos correndo de volta ao local menos ermo. Tive muito, MUITO MEDO, de que o bicho viesse atrás da gente. Esses bichos são malucos, cara. Tem um rato que me persegue na rua do Riachuelo. Vai ver era ele, depois de alguma mutação genética. Mas eu tenho pra mim que era mesmo o exterminador de baranga disfarçado. Ele tem uma habilidade incrível para cumprir a sua função. E ataca mais nos feriados, quando a gente está relaxada.