Chuva no Rio de JaneiroNão, não vou contar que fiquei ilhada no dilúvio que caiu sobre a cidade na sexta e ontem. Graças a Deus, nem trânsito peguei. Quando cheguei é que começou o toró e eu estava confortável na minha casa, quentinha, seca, linda, loira e japonesa.
Falando com Pentel no telefone, aqueles raios todos no céu, e eu morrendo de medo de um raio entrar no telefone. Quando eu morava na roça tinha altas histórias de gente que ficou surda falando no telefone em dia de tempestade, aqueles caôs que contam pra traumatizar a vida da criança para sempre. Funciona. Fora que uma vez teve uma tal de descarga elétrica que arruinou o telefone lá de casa. Daqueles de disco ainda. Velho, velho. A sorte é que não tinha ninguém falando. Tenho medo, pronto. Então no dia do temporal, falando com Pentel, na hora de um raio mais violento eu taquei o telefone longe, zumm, foi reflexo. Depois peguei de novo, toda culpada porque tinha deixado minha irmã falando sozinha.
- Alô, Pentel?
...
- Pentel?
E ela:
- Anhhh.... desculpa. Larguei o telefone porque fiquei com medo.
Mesmo sangue, mesmas lesações. Somos quase gêmeas.
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E Minnie Nome Triplo? Quando começaram os trovões na sexta, alguém perguntou, espantado:
- Isso é chuva?
E ela:
- Não! É trovão!
Então tá, né? A pobre, além de ser zoada à exaustão, ainda levou cinco horas pra chegar em casa naquele dia.