O cartão preciosoUma dia, Angel Mix pegou emprestado de Veia Saltada um cartão com os telefones de toda a diretoria lá do trabalho. Ela ia precisar porque estava de plantão no fim de semana. Antes de se despedirem, Veia alertou:
- Angel... NÃO PERCA ESTE CARTÃO!
Subitamente, ela foi acometida de um grande pânico. Afinal, estava com uma bomba de nêutrons nas mãos. Imagine se ela perdesse aquilo. A veia de Veia poderia saltar para sempre e matá-la. Ela não queria nem pensar.
Claro que, diante de tudo isso, o cartão... sumiu imediatamente. Porque a existência de Murphy, gente, é uma das poucas certezas que podemos ter nessa vida. As leis dele estão mais presentes que as leis da Física. Quando ela entrou na van que a levaria pra casa, o cartão escorregou da mão dela e caiu atrás de um banco.
- Ai, minha Nossa Senhora da Freguesia! E agora, o que eu faço?
Além de rezar pra todos os santos conhecidos, Angel resolveu tomar uma atitude mais drástica: pediu para o motorista da van parar pra que ela procurasse o cartão.
- Moço, é uma questão de vida ou morte!
No caso, a vida ou a morte dela messs.
O cara parou e todo mundo que estava na van se mobilizou para encontrar o objeto perdido. Um verdadeiro mutirão, caçando em um veículo estacionado num posto de gasolina, procurando o bendito cartão que, a essa altura, o povo da van achava que, no mínimo, era um cartão do banco onde estava toda a fortuna nababesca de Angel.
Uns 10 minutos depois, o motorista já dizendo pra Angel que ele se dispunha a procurar depois, a tirar os bancos da van, desmontar tudo, seja lá o que fosse, pra que eles pudessem seguir viagem... alguém encontra o cartão.
- Achei!!!
Vivas! As pessoas batem palmas, se abraçam, parece até final de Copa do Mundo. Ou a vitória do Lula. Todo mundo comemorou a vítória do Lula, lembram? Então. Parecia até isso. Já não importava descobrir por que demônios a mocinha queria tanto um mero cartão xerocado com números de telefone.
Angel então foi para casa, com o precioso papel nas mãos. Graças a Deus, ela não seria mais morta pela veia de Veia.
Na segunda, quando chegou no trabalho, descobriu que o tal cartão era a coisa mais comum lá no trabalho. Veia só tinha falado pra ela não perder porque, senão, ela ia ficar sem os telefones no fim de semana.