Conversar pra quê?Aí sentou a maluca do meu lado no ônibus. Ela não percebeu que eu estava de fone, ouvindo a minha musiquinha. Ou percebeu, mas mesmo assim cagou bolinhas de chocolate. E começou a falar alguma coisa. Alguma coisa que eu não ouvi, naturalmente, porque continuei olhando pra fora, como se não tivesse notando que ela falava comigo. Na verdade, eu só percebia as vibrações sonoras e o movimentação da criatura. A mulher continuava falando. E eu olhando a paisagem. Com cara de paisagem. Até que ela desistiu, levantou e sentou no banco de trás. E começou a conversar com o pobre infeliz que estava do lado.
Sei que esse assunto de conversas indesejadas em ônibus é recorrente, mas que fazer? Quando acontece comigo, eu não consigo não comentar aqui. Outro dia, conheci o amigo de um amigo numa festa, que depois comentou com ele que "eu tinha um olhar intimidador, que tinha ficado com medo de mim". Olha que legal. Por que esses estranhos também não acham que eu sou a noiva do Chuck (o Norris, não o brinquedo assassino) e também não me deixam em paz? Não custava nada.