Foi sem quererVejam como a vida pode tornar uma pessoa honesta em ladra.
Kátia Lisa estava na farmácia de manipulação onde costuma comprar suas bolinhas placêbicas de gente bichada. Enquanto esperava o remédio (sic) chegar, viu no balcão uns recipientes pra guardar os pozinhos homeopáticos de acordo com os dias da semana. Lindo! Um tesouro para os hipocondríacos! Naturalmente, ela pegou o troço e ficou olhando, fascinada.
Aí a atendente, uma pessoa fofa, disse, toda simpática:
- Ficou legal, né???
E Kátia:
- É! - compartilhando da empolgação da moça. Especialmente porque, sabe-se lá por que cargas d´água, nossa heroína pensou que aquilo fosse um brinde e tchum!, guardou um dentro da bolsa.
Dias depois, Lisa volta à loja, e, surpresa das surpresas... estavam lá, os recipientes, com o preço do lado: 3 reais.
Roubou, né? Mas agora não tem mais volta.
Quando ela me contou isso, lembrei que, uma vez, saí, sem querer, com um livro de uma livraria. Tava folheando, um amigo meu chegou, a gente começou a conversar, saiu da livraria e, muito tempo depois, descobri que estava com o livro debaixo do braço. Pedi pra ele voltar lá e devolver pra mim, que eu não ia pagar esse mico e nem queria ficar com um troço roubado, ainda que sem querer. Eu, hein. Mais um motivo pra eu ir pro inferno. Já tenho tantos... E o livro nem era bom.
Será que o inferno tem gradações?