Andando com TuttinhaNo passeio com Tutti, ultrapassei uma senhora de bengala que estava andando devagaaaaar toda a vida (não joguei nenhum rato morto na pobre, porque já andei de muleta na rua e sei o que é andar devagar por necessidade. Não sou um monstro tão feio assim). Quando passei por ela, escutei um “que gracinha” pra Tutti. Comum, já que Tuttinha é megapop powerstar. Mas quando eu estava a muitos passos à frente, a senhora gritou lá de trás:
- É filhote?
Eu, uma pessoa fofa, respondi:
- Não... tem três anos já. É que ela não cresce.
- Ahhhh! Que linda! Você pensa em colocá-la pra cruzar?
- Não é minha, é da minha irmã. Se você quiser um, melhor procurar em canil, porque esses que vendem por aí depois não ficam bonitos, não.
Esses cachorros da raça da Tutti que são comprados em qualquer esquina crescem e ficam meio deformados. Tutti é um espetáculo, filha de alemães.
Aí a velha:
- Ah, sim! Olha, se você não quiser mais ela, pode me dar. Eu moro na rua Sbrubbles, número 11.
!
Tem noção de como tem maluco nesse mundo? A mulher acha que eu vou desistir do nada do cachorro (que nem é meu) e dar pra ela! Acredita tanto nisso que me dá o seu endereço! Fico imaginando Pentel e Cunhado sem Loção vindo pegar a Tutti aqui e eu dizendo:
- A Tutti? Dei pra velha maluca que gostou dela.
Eles iam bater na minha cara até sangrar.