Enfrentando seu medo: baratão cascudãoChegando em casa tranqüilamente, acendi a luz da sala, ni qui vejo. Ela. A barata. Refestelada no meio da sala, as anteninhas balançando. Feliz, né? Estava em seu próprio lar. Acho que ela estava procurando o controle remoto pra ver as calega do subúrbio na Grande Família.
Eu olhei pra ela... ela não olhou pra mim, porque acho que não me viu. Então eu, com uma calma fora do comum, fui até o banheiro, saquei do meu SBP terrível contra os insetos... contra os insetos!, e pá! Quer dizer, e chuáaaaa! Taquei o veneno em cima da bicha.
Era pra ela ter morrido afogada. A barata ficou branca de tanto veneno e ainda assim correu. Lazaranta disgramada sem loção dos demônios! Eu correndo atrás dela com o spray e pensando: “Se esse bicho nojento sobrevive à bomba atômica, o que leva esses fabricantes de remédio acharem que vai morrer com um veneninho? A colocar o desenho de uma barata na lata?”.
Eu não queria esmagá-la com um sapato, com medo daquela gosminha branca asquerosa que sai das baratas. Ia emporcalhar a sandália e o chão. Mas como ela não morria e já ameaçava se enfiar embaixo de um móvel, não teve jeito: dei uma porradinha de leve, só pra acabar de matar. Peguei o cadáver com a pazinha e mandei lá pra baixo, pela lixeira do prédio. Que eu não quero barata nem morta dentro de casa, nem mesmo no lixo.
Há. Eu mato as baratas. Sou terrível contra os insetos.