Testando a superação do medoOntem cheguei em casa do choppinho saideira total do fim de semana e peguei o telefone pra ligar pra Papai Joselito. Apoiei o aparelho na minha perna pra discar, depois o coloquei de volta na mesa de cabeceira e comecei a conversar com papis. Ni qui eu olho pra minha coxa e o que vejo? O quê? O-quê??? Uma BARATA. Paradinha lá, como se não fosse nada. E das grandes.
Cacetes cascudos! Quando vi a bicha só consegui falar:
- Ihhh, maluco, maluco, MALUCO! Pai, esperaí!
Momentos de tensão para o pobre papai. Imagina você estar falando com alguém no telefone e de repente, depois de uma exclamação dessas, a pessoa some? Só ouvia ele do outro lado da linha:
- Fernanda, o que foi? O que foi? O que foi???
Coitado. Mas eu tava ocupada espantando a barata. Com a mão mesmo taquei ela no chão. Não ia levantar pra pegar remédio com ela grudada em mim. A bicha tava meio lerda, não saiu correndo e fugiu como qualquer barata dos infernos faria. Ficou lá no chão quieta. Acho que alguém de outro apartamento deve ter tacado inseticida nela e ela veio grógui até aqui. Sei lá. Sei que ela deu mole no chão, aí eu pulei a parte do veneno e dei só a porradinha com a sandália, que providencialmente estava perto. Porradinha de leve, pra não esparramar a gosma no meu taco. Que nojo, cara. Aquele bicho na minha perna... a sorte é que eu tava de calça jeans. Vou ter que lavar com ácido sulfúrico agora. A perna e tudo.
Agora como a barata foi parar em mim e eu nem senti é um mistério. Acho que ela devia estar morando embaixo do telefone e aí quando eu o apoiei ela veio de brinde. Que situação. Ainda bem que agora só tenho medo de morcego e rato.
Pior foi pra dormir. Eu pensava que se subiu uma barata no meu próprio corpo, pode entrar uma no meu próprio ouvido. Que nem aquela história de terror que me contaram.