Contos de MiniPentelMeus lábios ressecam no frio. Desde os meus tempos na Dinamarca, onde as freiras cegas me criaram, eu tenho esse problema. Essa semana foi demais. Fez 17 graus no Rio de Janeiro. Dezessete graus! Ninguém merece, cara. Eu via as pessoinhas com casacos de pele andando na rua. Foi lindo. Até neve eu vi. Juro. Foi naquele dia que eu fiquei bebendo no bar perto do trabalho das cinco da tarde à meia noite e que voltei pra casa com Rato Morto cantando músicas da Legião Urbana.
Quinta foi o pior dia. Meus lábios ressecaram e incharam, eu parecia a Angelina Jolie. Pensando bem, até que não foi um dia tão ruim assim. Agora estou bem melhor. Quase não dá pra ver o ressecado. Mas MiniPentel, observadora aos dois anos de idade, olhou pra mim e disse:
- A boca da dinda está quebrada.
- É, MiniPentel... é por causa do frio. Mas não sei como você conseguiu enxergar isso.
- Vou comprar uma boca nova pra dinda!
Coisa mais linda é MiniPentel.