Surpresa!Era um sujeito pão-duro, muito pão duro. Conhecido pela mão de vaquice. Um dia, ele extrapolou. Chegou no trabalho todo pimpão, com um embrulho. Era aniversário da noiva dele e os colegas de trabalho, curiosos, perguntaram o que ele tinha comprado de presente pra ela.
- Um pote de Carte D’or.
!
Pra quem não sabe, Carte D’or é um sorvete. E pior, da Kibon. Nem é um Haagen Dazs. OK, poderia ser um de flocos, mas ainda assim um pote de sorvete Kibon de aniversário!
Os amigos se agitaram:
- Ô, cara... não faça isso... tanta coisa legal e barata que você pode dar a ela... um brinco, uma correntinha, sei lá...
Um outro, mais agoniado:
- Olha, eu ajudo a escolher... empresto até o dinheiro!
E nosso herói, irredutível:
- Não... ela vai gostar. Ela adora esse sorvete.
Então, tá. Deve ter gostado, porque mesmo assim casou com o Salim. Reza a lenda que no primeiro dia dos namorados de casada a moça não ganhou la-da. Ouvi dizer. Deve ser porque não era mais namorada, né?
Que pobreza, meu Deus. Numa situação dessas, dava até pra aceitar aquele arranjo de girassóis imenso.