O POST DE BUENOS AIRES - PARTE 2Minha prima que me hospedou em Buenos Aires está morando lá desde fevereiro e fica que nem pedinte implorando café a cada brasileiro que vai lá de férias. Ela disse que o café de lá não se compara ao brasileiro e eu não duvido. Nem quis experimentar. Levei pra ela logo oito caixas, Medulinha levou mais umas três, e pronto, café por meses. Mas quando eu cheguei na Argentina às 3h30 da manhã e vi minha prima esperando por mim no aeroporto pensei que ela merecia que eu levase logo um cafezal inteiro. Com um fazendeiro bonito, espadaúdo, pra acompanhar. Se bem que o fazendeiro não ia precisar, já que ela tem um argentino para consumo próprio, El Diablo, que só não levou a alcunha de Primo Cunhado sem Loção porque Cunhado sem Loção só tem um.
Comprando com os hermanosNo primeiro dia de Buenos Aires, fomos às compras (como se eu não fosse fazer isso todos os dias). Gastei 70 pesos fofinhos em chocolate. Fiz a festa na loja da Puma. Foi lá que eu descobri que os hermanos, além de lindos, são galanteadores. Na hora de preencher o formulário do tax free, o vendedor vira pra mim e diz:
- Você coloca aqui o seu nome, número do documento... e se quiser, coloca o estado civil.
Não tinha nenhum campo pra estado civil. Levei uns dois segundos pra entender a gracinha. É porque foi feita em outro idioma. E eu, essa dama criada pelas freiras cegas da Dinamarca, ainda fico sem graça com esse tipo de coisa.
A saudosa carne argentinaNa noite desse primeiro dia, fui conhecer o tão falado bife de chorizo da Argentina. Pra quem não sabe, já que só a Sassá ainda não conhece Buenos Aires, bife de chorizo é carne de vaca. Nos guias, dizem que é como se fosse o contra filé daqui. MENTIRA. Nenhum contra filé que um dia alguém vai comer aqui se assemelha a essa maravilha. Só dizem isso porque acima dele tem o lomo, que é de mais qualidade, então seria o filé mignon. Resumindo, o tal bife de chorizo acordou o dragão carnívoro sedento de sangue que existe em mim e agora toda noite ele chora triste com saudades de Argentina. Tadinho.
Nesse jantar eu peguei um restolho do bife a milanesa da minha prima e, claro, esse também é totalmente diferente dos nossos. É fino e sequinho, parece feito no forno. Aí entendi porque MiniPentel, que esteve em Buenos Aires com Pentel mês passado (não falei que só a Sassá não foi?), devorava os bifes a milanesa de lá e deixou todo no prato o bife bonzão brasileiro que ofereceram pra ela na semana seguinte. Está ficando chique, essa menina.
A lista de presentesQuando chegamos em casa, fui repassar a lista de presentes que tinha feito. O povo da família, uma amiga que fez aniversário, minha chefe... O problema é que um dos nomes da lista que eu mesma anotei com o meu próprio garrancho não consegui entender de jeito nenhum. E deve ser alguém importante, porque vinha antes da minha irmã. Era um nome que começava com M, tinha um til no final, mas não era mamãe, que estava no outro ponto da lista. Acho que era o Marcão, meu namorado imaginário.
(CONTINUA...)