O POST DE BUENOS AIRES - PARTE 3No segundo dia de viagem, fomos conhecer o óbvio: Puerto Madero e Casa Rosada. Puerto Madero é uma região portuária à beira do rio que seria como a Praça Mauá aqui, se não tivesse sido revitalizada e ficado linda. Lá vimos alguns hermanos lindos (a área tem vários prédios comerciais), desfilamos com as nossas camisas da seleção brasileira e fizemos o maior sucesso (leia-se: pagamos o maior mico). No táxi que nos levou até lá, minha prima suspirou de vergonha quando o taxista disse o óbvio:
- Brasileiras???
Ela disse:
- É, elas vão sofrer hoje com essas camisas, vão mexer muito com elas.
E o cara:
- Não só pelas camisas, mas pela beleza das duas.
Assim são os argentinos. Lá eu me senti linda todos os dias, mesmo usando o shampoo errado.
Faça as contasFizemos um pit stop num café antes de seguirmos para a Casa Rosada, outro ponto óbvio. Em nossas andanças, como sempre rolavam compras (comprar...comprar...preciso comprar...), minha prima tentava, de forma bem didática, nos explicar a rapidamente fazer a correspondência entre peso e real. Quando mencionávamos a dúvida: "80 pesos? Quanto será que é isso em reais?", ela rapidamente respondia:
- Divide por três e multiplica por dois.
Ah, mas que PÍCARA SONHADORA. Como se duas comunicólogas fossem capazes de fazer essa conta com agilidade. Pra nós isso é quase como dizer que tem que fazer a raiz quadrada de 567. A gente fez comunicação porque nasceu sem a parte do cérebro que processa números, tia. Eu tenho que fazer até multiplicação por 10 na calculadora. Claro, como realmente as pessoas que são privilegiadas com o dom do cálculo matemático não entendem isso, era a gente falar o valor e ela disparava:
- Divide-por-três! Multiplica-por-dois!
Tá com medinho de fazer conta, 06???
A volta no táxi do malucoPra compensar o taxista elogioso da ida, pegamos um maluco, maluco mesmo, de pedra, com carteirinha de sócio atleta do clube dos abilolados. Porque o clã dos taxistas enlouquecidos é sem fronteiras.
Chamar o cara de barbeiro não ilustraria a maneira FOFA dele de dirigir. Ele tentava se comunicar com a gente, mas nem a minha prima, nossa intérprete oficial, conseguia entendê-lo. Eu desisti, ela ainda tentava responder, porque o sujeito não parava de falar, pra complicar a nossa situação. Até que teve uma hora que ele resolveu dizer que uma área era perigosa e ficou fazendo um gesto de arma apontando pra cabeça. Ah, parceiro. Acha que assusta carioca com gestinho de arma? Tá de sacanagem, né?
Chegamos sãs e salvas em casa, onde terminamos o dia comendo faturas (uma espécie de pão doce de lá) e mais tarde bife de chorizo e empanada (tipo um pastel de forno). Será que alguém passou mal, feito quando viajou pra Bahia, comeu acarajé e no dia seguinte acordou verde?
(CONTINUA...)