Top pobre bazarFeriado modorrento de 15 de novembro. Eu, Rato Morto e Olhar Intimidador rumamos para o Top Fashion Bazar. O Top Fashion Bazar é um conjunto de várias marcas famosas que expõem roupas com preços off. Quer dizer, off não, que off é satanismo e o Brasil é um país cristão. São roupas a preços de liquidação. Enfim, ir ao Top Fashion na verdade era uma desculpa pra ir antes ao Galeria Gourmet, que é um restaurante estilo pague-um-preço-fixo-coma-até-explodir-em-mil-pedaços-pequenos. É porque ambos, tanto o bazar quanto o galeria, ficam lá na outra galáxia.
E como nem eu, nem Olhar e nem Rato Morto temos carro, fomos de ônibus mesmo. Que pobreza, gente. Na próxima encarnação, quero vir herdeira.
Até que chegar lá foi rápido. Sempre acho o ônibus daqui pra Barra rápido, pelo menos na ida, quando ainda estou animada, bombando, pronta pra viver as maiores aventuras. Estávamos Rato e eu confiando nos conhecimentos barrísticos de Olhar, de modo que nem olhei onde estava saltando. Ele disse que o ônibus que a gente pegou deixava um pouquinho mais longe, que tinha que atravessar uma ponte. Quando ele disse “ponte” eu visualizei uma pontezinha bucólica, daquelas que passam em cima de rios em parques e jardins botânicos. Com carpinhas nadando na aguinha embaixo. Que lindo! Ni qui de repente estou andando, andando, atrás dele, distraída, pensando na pontezinha com as carpas, quando me vejo subindo um... viaduto! No meio dos carros passando a toda velocidade do lado! Imediatamente, Rato Morto, que é uma pessoa assim calma e cordata, fechou a cara e começou a reclamar. Que isso nunca mais acontecesse. Que nunca mais levassem ele numa furada dessas. Que ele estava arrependido até o último fio da franja. Ele ia falando isso enquanto descíamos o barranco. Sim, porque depois do viaduto, tinha que pular uma cerquinha e descer um viaduto. A gente fez praticamente uma trilha. E aí quando eu digo que a Barra é outra galáxia, ninguém acredita. Dava até pra eu montar a minha loja de geléias e criar meu porco lá.
Depois dessa aventura, finalmente chegamos ao restaurante oásis. Quando saí de lá rolando pela porta, estava chovendo. Porque desgraça sempre vem em trinca, no caso, foi passar pelo viaduto, engordar uns três quilos em um dia e ainda patinar na água de bermudinha e sandália rasteira.
Ah. Meu brinco caiu em algum ponto do viaduto. No fim, deixar o brinco lá foi lucro. Só fico imaginando se alguém encontrou e pensou que era de uma pobre moça atropelada por um daqueles carros na pista. Não foi. Mas poderia ter sido.