MaratocoisasQuem nasceu pra repolho, nunca chega a couve-flor mesmo. Não tem jeito. Outro dia, resolvi seguir a nova onda do momento, a tendência da hora, o must do mundo dos esportes moderno e ser uma MARATONISTA. Sim! Porque agora todo mundo corre, já repararam? Saiu até uma nota na Época falando que o número de maratonistas no Brasil cresceu sbbrubbles por cento nos últimos 10 anos. Resolvi que eu queria ser da galera e que também ia tentar. E, principalmente, que ia emagrecer muitos quilos. Finalmente, minha eterna busca por uma atividade física que mate e seque o rato chegaria ao fim.
Então fui. Corri 4km, em 34 minutos. Pra quem nunca tinha corrido na vida, estava muito bom. Realmente, é de longe o exercício mais puxado que já fiz, mas, como não sou sedentária, encarei o esforço numa boa. O problema é que meu joelho ficou puto. Cortou relações comigo. Até hoje, uma semana depois, ainda não estamos nos falando direito. Nos dias que se sucederam à maravilhosa tentativa, eu ia praguejando e mancando pelos corredores do trabalho.
Essa semana, voltei aos meus humildes 10 km de bicicleta pela manhã. Os maratochatos do Aterro voltaram a ser apenas gente que me atrapalha quando eu quero ultrapassar. Se bem que, além disso, eu hoje olho praquelas pessoas me perguntando como demônios elas conseguem correr e eu não. Duvido que todas tenham o "tênis e o preparo muscular adequado". Aham. Todas aquelas pessoas são preparadas e eu sou um croissant. De quatro queijos.
CãoAndar de bicicleta é animado. Outro dia, estava eu feliz e cantante com meu mp3 berrando e acabando com os meus ouvidos ni qui escuto um cachorro latir. Até aí, nada, porque no Aterro tem trocentos mil e quinhentos cachorros. Só que aí eu percebi que os latidos ficavam cada vez mais fortes, mais fortes, MAIS FORTES e, quando eu vi, era um cachorro de rua me perseguindo. O bicho corria mais que a minha bicicleta e estava quase me alcançando, rosnando feroz. Aí, num movimento suicida, eu parei a bicicleta. O cachorro ficou meio sem ação e acabou indo embora. Se ele tivesse resolvido me morder em vez disso, eu não estaria aqui, e sim no hospital tomando uma injeção na barriga.
Eu levei um susto, mas pensando bem, pelo menos, era cachorro mas gostou de mim. Correu atrás, cara. Qui-lô-me-tros. Um dia eu posso até me arrepender de não ter perguntado o nome dele.