Vento que levaOutro dia, peguei o DVD de “E o vento levou” emprestado com Gêmea da Night. Foram 31 anos da minha vida sem nunca ter visto esse filme por vários motivos. Quando eu era pequena, passava na televisão sempre tarde e, convenhamos, pra uma criança, um filme ter quatro horas de duração é a mesma coisa que dizer que leva o dia inteiro. Não rolava. Aí o tempo passou e pararam de passar o filme. Depois passou ainda mais tempo e agora eu não tinha era paciência de encarar ver um filme de quatro horas, mesmo agora, grandinha, sabendo que quatro horas são só quatro horas mesmo. Porque de qualquer forma é tempo pra burro. São quatro horas.
Quando eu soube que Gêmea tinha o DVD, resolvi pegar emprestado pra ver por partes. Tipo meia hora a cada dia, igual episódio de Friends. O problema é que eu nunca me animava a ver. O troço ficou aqui uns dois meses. Eu sempre olhava pra ele e pensava: “quatro horas”. Mesmo assistindo meia hora por dia, seriam quatro horas. Rolou um bloqueio.
Domingo finalmente resolvi. No dia seguinte eu não ia trabalhar, então decidi ver a primeira meia hora do filme, o primeiro episódio. Isso era mais ou menos uma da manhã. Três e meia eu estava com os olhos esbugalhados em frente à televisão sem conseguir parar de assistir. Morre geral no filme. Quando você pensa que não tem mais ninguém pra morrer, morre mais um. E quanto mais desgraceira acontecia, mais eu gostava. É um filme lazarento, com um final desgracento.
Só fico imaginando como as pessoas conseguiam ficar quatro horas seguidas no cinema vendo um filme. Estou obcecada com isso.