Mais uma da série "conversas entreouvidas por aí"Essa foi contada por Pentel, que, quando ouve esse tipo de bizarrice, lembra logo do meu blog. Por que seria?
Ela estava em uma lanchonete, almoçando, quando ouviu o seguinte diálogo travado por dois xooovens:
Rapaz: - Eu fiz a minha monografia e agora me sinto quite com a sociedade, que investiu em mim numa universidade pública. Porque a minha monografia foi uma contribuição social de verdade. Falei sobre rádios comunitarias, bla, bla, sbrubles
.(nessa hora eu já teria dormido. Nada pior que estudante de comunicação falando de coisas comunitárias. Ou nada melhor pra insônia) Agora acho que vou tirar umas férias, descansar um pouco.
Moça: - Ah, isso mesmo, faz isso. Você merece, muito bacana o seu projeto da mono. E depois, o que você pretende fazer?
Rapaz (MUITO SÉRIO): - Olha, eu pretendo deixar que o
fluxo da naturalidade humana me leve
(anh????). Eu não pretendo seguir careira, sabe, empresa, essas coisas. Eu não ia conseguir ficar amarrado assim.
Moça: - Pô, se vc conseguir me fala, que eu tô tentando isso há anos, mas não consigo sair do sistema. (
ai, meu pai, o sistema. Ainda falam isso mesmo, e nem é piada, nem é aquela minissérie da Glóbo).
Rapaz: - Olha, eu acho que muitos conseguem, mas o que acontece é que ninguém fala, pra nao divulgar, sabe. Eu acho que eu também não vou falar, mas você pode ficar me observando pra ver se eu vou ter sucesso nisso.
Resumindo. O sujeito quer ser vagabundo e depois prestar consultoria pra amiga. Certamente papai dele pagou o ensino que fez com que ele conseguisse entrar na universidade pública e agora paga o lanchinho que ele come no árabe. E a gente merece ouvir essas coisas, porque teve a sorte de não nascer surdo.
Cara. Eu juro que também queria ter a minha loja de geléias e deixar que o fluxo da naturalidade humana (beber, cair, levantar) me levasse.