O POST DO SHOW DA MADONNANão sei se este post vai ser engraçado, porque todas as bizarrices que eu esperava passar no show da Madonna simplesmente não aconteceram. Foi tudo tão bem que até agora fica difícil de acreditar. Mesmo assim, um post sobre isso é obrigatório. Devia ter sido escrito ontem, aliás.
Eu estava com MiniPentel pouco antes de sair. Disse pra ela que ia em um show que era de noite, mas que eu tinha que sair cedo, pra pegar um lugar bom. Ela pensou e disse:
- Não tem cadeira pra todo mundo?
Adoro quando essa menina argumenta. Fico emocionada. Notem que ela quer entender o processo. Expliquei pra ela que tinha lugar pra todo mundo sim, só que tinha umas cadeiras melhores e outras piores e que eu queria pegar as melhores. Depois Minnie Nome Triplo, que foi de cadeira central, disse que não era bem assim: parece que lá não tinha cadeira pra todo mundo e teve gente que ficou em pé. Eu, hein... MiniPentel não entenderia. Nem eu.
Entrei na fila às 16h. Já no metrô, quando encontrei Gêmea da Night e Moço que Evoluiu, havia uma nova mulher no grupo, que tinha sido incorporada no metrô por Gêmea. Pois é. Descobri nesse show que as pessoas que não têm companhia vão sozinhas mesmo. E que nunca ficam sozinhas, porque sempre encontram amigos com um objetivo em comum. Ver a Madonna? Talvez, mas o maior objetivo mesmo é passar sem ficar fartos as quatro horas e meia enquanto o show não começa.
Na fila, encontrei Metadinha Clone, meu novo amigo de infância. O rapaz, de 19 anos, saiu sozinho de Itaboraí, um lugar que fica lá longe nos confins do interior do Rio de Janeiro, pra ver esse show. Fiquei admirada com a força de vontade do sujeito e logo o adotei. Pronto, estava montado o grupo que teria que passar o tempo na chuva até o show começar.
Incrivelmente, tudo passou muito rápido. O DJ e as milhares de fotos que tiramos ajudaram a distrair. A chuva caía e por isso meu modelito capa de mendingolhes por cima da roupa foi obrigatório durante todo o evento. Era uma capa de plástico vagabunda total que eles vendiam lá. Parecia um saco de supermercado. Mas quebrou um galhão.
Sobre o show... ah, o show. O show não é só um show. É uma experiência. Uma sensação. Fiquei muito feliz em algumas músicas, principalmente nas menos óbvias, como Into the Groove e Human Nature (essa última eu adoro!). Quando era alguma do novo CD que eu não conhecia, eu simplesmente olhava pro palco hipnotizada, que nem MiniPentel vendo o DVD do pônei. Eu sabia que estava vivendo um daqueles momentos dos quais vou me lembrar pra sempre. Foram duas horas muito rápidas, em nenhum momento tive a curiosidade de olhar no relógio pra saber se estava acabando.
Achei que a volta pra casa pudesse transformar tudo em um grande programa de índio. Optei pelo metrô pra não pegar um trânsito dos infernos. Achei que fosse ser bizarro, que fosse demorar horrores pra conseguir embarcar e que fosse viajar espremida feito uma sardinha, algo insuportável no estilo show do Lenny Cróvis. Mas não. Tinha uma fila, que encaramos da mesma forma que encaramos a espera pelo show: conversando. E, dessa vez, tínhamos um assunto inesgotável, que eram as impressões sobre o show. Ah, sim, nas horas vagas também reclamávamos da chuva.
Cheguei em casa poucos minutos antes da meia noite, que era a hora que eu esperava estar saindo de lá, contando com atraso e perrengues pra conseguir me transportar de volta. Ou seja, tudo o que eu achei que fosse ser complicado (a espera, a chuva, a volta pra casa) foi tranquilo. Estou até agora esperando a pata do macaco chegar.