quarta-feira, janeiro 28, 2009
Imunizando e cantando (e seguindo a canção)Cheguei pra trabalhar e tinha uma novidade na minha mesa. Um papel dos exames de saúde periódicos da empresa. Fazia muito tempo que eu não via um daqueles. Não sei de quanto em quanto tempo deveria ser o periódico, mas o meu não mandam fazer há bem uns quatro anos. Achei bom, vou fazer o exame de sangue pra ver se meu colesterol continua alto, muito alto ou altíssimo e se os médicos vão continuar ignorando e me mandando pra casa sem fazer nada. Poréeeem... olhando mais de perto o tal papel vi um item esquisito. Além do tradicional sangue, urina e raio X de tórax (alguém precisa avisá-los de que a tosse não é por tuberculose, é alergia a trabalho), estava lá que a gente tinha que apresentar a CARTEIRA DE VACINAÇÃO. Quê demônio é isso? Eu não tenho isso não. E nessa carteira tinha que ter vacina contra Hepatite B e Dupla (leia-se antitetânica). Tádisacanági, né? Já perdi meu trauma de exame de sangue, mas de vacina não perdi não. Eu passo mal com injeção. Além de ser superdesagradável a pressão baixar até o pé, ainda sinto vergonha, porque tenho essa doença da frescura. “Vertigem” é coisa de mulherzinha. Eu não me conformo em apresentar tal sintoma. Queria chegar lá, bater no braço e dizer assim: “Fura logo isso aer porque eu não tenho medo de nada, só tenho medo de sapo”. Mas não. Eu fico impressionada e passo mal. Fora que, convenhamos... antitetânica pra quê? Tétano nem existe mais. Ninguém conhece ninguém que morreu de tétano. Isso é lenda. E não me venham com o argumento de que é assim só porque todo mundo se vacina. Se eu não vejo o tétano, ele não existe. Também não venham dizer que é bom tomar a vacina porque eu posso pisar num prego. Eu não ando por aí descalça em canteiros de obra pra pisar em prego. Esse prego também não existe. É caô da saúde do trabalhador pra fazer a gente tomar agulhada. Durante alguns dias me perguntei o que aconteceria se eu me recusasse a tomar essas vacinas. Eu podia ser a louca da imunização e dizer que acredito naquela teoria da conspiração que diz que tomar vacina é horrível. Será que sairia a minha demissão? Não sei, nunca saberei, porque eu, católica apostólica romana que sou, três dias depois de receber o pedido fui ao posto de saúde tomar as benditas vacinas requeridas. Tomei logo as duas de uma vez só. Ah, sim, e passei mal, porque, gente, eu passo mal. Tive que ficar uns 15 minutos lá, humilhada, deitada na maca. Agora a minha cabeça dói e os dois braços também. Acho que seria digno tirar a semana inteira de folga porque fiquei muito fragilizada. Daria supercerto.
Comments:
domingo, janeiro 18, 2009
Essa semana, perdi Sassá preciosa. Ela veio pra mim quando eu tinha 15 anos. Foi presente de quatro amigos meus, que se dividiram pra me dar um pinscher porque eu tinha acabado de perder a Duda, uma filhote de seis meses, e fiquei arrasada. Aí, eles resolveram me dar a Samantha. Ela chegou numa caixa gigantesca, só com a cabeça de fora. Logo que eu a vi, percebi que eles tinham comprado uma mutante, tadinhos: era pinscher misturado com sei-lá-o-quê (quando ela cresceu, vimos que provavelmente era pinscher com basset). Me apaixonei por aquele bicho imediatamente. Fiquei com medo de papai e mamãe Joselitos ficarem putos por terem que colocar novamente um cachorro no apartamento, depois da tristeza que foi a morte da Duda, mas meus amigos falaram com eles antes, eles já sabiam, então ficou tudo bem. Meus amigos era bem espertos. Só não sabiam reconhecer um pinscher, o que no fim foi bom, porque me trouxe a Sassá. Samantha no início não queria comer e eu fiquei apavorada. Rezei pra São Francisco de Assis, fiz promessa, acendi vela. Então ela vingou e nunca mais ficou doente na vida. A gente nem levava no veterinário pra não dar ideia. Ela foi vivendo. Era bravinha, a Sassá. Avançava nas pessoas. Latia. Defendia a casa. Rasgava as cartas que o porteiro jogava por baixo da porta, porque não se conformava com aquilo. Roeu algumas coisas quando era filhote. Destruiu coisas minhas. E era tudo lindo. Tudo o que ela fazia. Sassá foi agitada a vida inteira. Corria toda a casa, apanhava coisas no chão pra mastigar. Só sossegou depois dos 14 anos. Antes, era filhote. Acreditem. Não sei de onde vinha tanta energia. Devia ser da banana e do presunto que ela comia todos os dias. Ela adorava banana. Parecia macaco. Ultimamente, andava cansada. No último ano, ficou rapidamente muito cega e quase totalmente surda. Só o faro funcionava que era uma beleza. Quando fomos pra Massambaba no fim do ano, ela já não subia degraus muito baixos. Foi lá também que ela parou de comer ração, que foi a alimentação dela a vida toda. Passamos a dar carne, que ela comia totalmente esganada. Na primeira semana de janeiro, ela parou de comer totalmente. Desistiu de viver. Ficou farta. Então, no dia 12, às 22h15, ela se foi. Viveu, a minha Sassá. Viveu ao meu lado 17 anos e meio. Faria 18 em julho. Conheço mais tempo da minha vida com ela que sem ela. Agora tenho a coleira da preciosa, muitas fotos e a lembrança de uma criatura de Deus que se foi pro céu dos cachorros. Onde deve ter muita banana, presunto e cartas pra ela destroçar.
Comments:
quinta-feira, janeiro 08, 2009
FreCHATOQuando a gente acha que o Frejat ficou chato, ele fica mais chato. Como ele consegue isso? É um fenômeno. Deve ter entrado na fila muitas vezes pra conseguir isso. Deve ter pedido pra ser chato no vale do eco. Quero ser chato! Chato! Chato! E aí atenderam o pedido três vezes. Primeiro, ele começou com essa história de cantar o amooooor, eu procuro um amoooor... caceta. SEJE hômi! Tenho muitas saudades de quando ele dizia coisas como "Declare guerra a quem finge te amar, declare guerra. A vida anda ruim na aldeia. Chega de passar a mão na cabeça de quem te sacaneia" ou "O bem que você me fez nunca foi real. Da semente mais rica, nasceram flores do mal". Isso sim era legal. Mas aí o cara despirocou e começou a tocar tango no teto. Não dá, sabe. Só que agora a situação piorou. É grave a crise. Eu estava ouvindo rádio (essa minha mania de ser uma pessoa FM me coloca em contato com as piores bizarrices), quando de repente começa a tocar um negócio esquisito de salvar o mundo, salvar a mãe natureza, as baleias, sei lá, e me deu um TOC horrível, algo muito similar a quando ouvi a blusinha branca. E aí reconheci a voz: era ele, o FreChato! Confiram a mais nova pérola catada pelo rapaz: " Ah, será que ninguém percebeu que estamos girando no mesmo lugar? Regredindo no tempo sem saber aonde nós vamos chegar? Maltratando a Mãe-Natureza e esse imenso altar? Impondo a miséria no mundo em nome de um tal "bem estar"? Eu só queria entender o porquê Ah, será que um dia uma estrela-guia virá pra mostrar o nosso papel: Que a vida é uma linha fininha e o homem é o seu carretel? Eu só queria entender o porquê Eu só queria entender o porquê Ah, será que o sentido da vida é viver o prazer de ostentar o poder? E depois, ao final, quando tudo acabar, o que vamos fazer? Eu espero que o homem perceba que assim está se matando Acabando com o mundo, sem ter, nem porque, é a razão de um insano Eu só queria entender o porque de viver Eu só queria entender o porque pra viver Eu só queria entender o porque pra dizer: Eu só queria entender o porquê" AAARHG. Eu só queria entender por que alguém faz uma música assim. Rimando lugar com estar e chegar, papel com carretel, e falando da mãe natureza, da estrela guia, gnomos, seres encantados de luz... Esse menino não está bem. Alguém precisa dizer isso pra ele.
Comments:
|