Imunizando e cantando (e seguindo a canção)Cheguei pra trabalhar e tinha uma novidade na minha mesa. Um papel dos exames de saúde periódicos da empresa. Fazia muito tempo que eu não via um daqueles. Não sei de quanto em quanto tempo deveria ser o periódico, mas o meu não mandam fazer há bem uns quatro anos. Achei bom, vou fazer o exame de sangue pra ver se meu colesterol continua alto, muito alto ou altíssimo e se os médicos vão continuar ignorando e me mandando pra casa sem fazer nada. Poréeeem... olhando mais de perto o tal papel vi um item esquisito. Além do tradicional sangue, urina e raio X de tórax (alguém precisa avisá-los de que a tosse não é por tuberculose, é alergia a trabalho), estava lá que a gente tinha que apresentar a CARTEIRA DE VACINAÇÃO. Quê demônio é isso? Eu não tenho isso não. E nessa carteira tinha que ter vacina contra Hepatite B e Dupla (leia-se antitetânica).
Tádisacanági, né? Já perdi meu trauma de exame de sangue, mas de vacina não perdi não. Eu passo mal com injeção. Além de ser superdesagradável a pressão baixar até o pé, ainda sinto vergonha, porque tenho essa doença da frescura. “Vertigem” é coisa de mulherzinha. Eu não me conformo em apresentar tal sintoma. Queria chegar lá, bater no braço e dizer assim: “Fura logo isso aer porque eu não tenho medo de nada, só tenho medo de sapo”. Mas não. Eu fico impressionada e passo mal.
Fora que, convenhamos... antitetânica pra quê? Tétano nem existe mais. Ninguém conhece ninguém que morreu de tétano. Isso é lenda. E não me venham com o argumento de que é assim só porque todo mundo se vacina. Se eu não vejo o tétano, ele não existe. Também não venham dizer que é bom tomar a vacina porque eu posso pisar num prego. Eu não ando por aí descalça em canteiros de obra pra pisar em prego. Esse prego também não existe. É caô da saúde do trabalhador pra fazer a gente tomar agulhada.
Durante alguns dias me perguntei o que aconteceria se eu me recusasse a tomar essas vacinas. Eu podia ser a louca da imunização e dizer que acredito naquela teoria da conspiração que diz que tomar vacina é horrível. Será que sairia a minha demissão? Não sei, nunca saberei, porque eu, católica apostólica romana que sou, três dias depois de receber o pedido fui ao posto de saúde tomar as benditas vacinas requeridas. Tomei logo as duas de uma vez só. Ah, sim, e passei mal, porque, gente, eu passo mal. Tive que ficar uns 15 minutos lá, humilhada, deitada na maca. Agora a minha cabeça dói e os dois braços também. Acho que seria digno tirar a semana inteira de folga porque fiquei muito fragilizada. Daria supercerto.