EU E O PERU - PARTE IEra noite e eu, Veia Saltada e Medulinha conversávamos animadamente no MSN. De repente, Veia disse: “olha, tem aquela promoção da TAM com passagens bem mais baratas pra vários lugares. Tem aqui pro Peru. Vamos?”. Não estávamos fazendo nada mesmo, todos achamos muito digno viajar pro Peru. E assim nasceu nossa viagem a Lima, Olanttaytambo, Machu Pichu e Cuzco.
Depois de uns dois meses de preparativos, a viagem finalmente chegou. Olha, estava quase chegando o Natal e abril não chegava nunca. Mas chegou. Sim. Chegou o dia em que todos acordamos às 3h da manhã (voo de pobre nunca é às três da tarde) e fomos rumo à aventura peruana.
Mira, señorChegamos em Lima no fim da manhã de quinta-feira. Fomos conhecer a cidade e junto conhecemos a insistência do povo de Lima em vender coisas pra gente. Lembrei de um amigo da faculdade que tinha viajado pra lá uma vez e falou sobre isso: que não podia andar 10 metros sem que alguém colocasse na cara dele um tecido/poncho/gorro/luva e dissesse: “Miiiira, señor... La lhama... Lo campesino... Hecho a mano!”. Aí tudo o que víamos vendendo achávamos de lembrar disso e dizer “mira señor la lhama, mira la lhama....”. As lhamas, claro, estavam só desenhadas nos gorros. A gente queria ver lhama na rua, igual gringo vem pra cá e quer ver macaco no centro da cidade. Estávamos aflicetados pra ver uma lhama e nada de lhamas. Que decepção. Mas ainda eram as primeiras horas da viagem. Nós ainda não sabíamos que as lhamas iam aparecer. Ah, mas iam.
Pre-ri-goNas nossas andanças pelo Peru, vimos muitos sinais com caveirinhas desenhadas escrito “PELIGRO” por causa de alguma coisa: homens trabalhando, alta tensão, altura etc. Eles acham tudo muito peligroso, igual o seu Madruga naquele episódio do Chaves em que ele resolve dar aula pras crianças, aí desenha uma caveira no quadro e diz que o aviso significa PRE-RI-GO. Mas de peligroso mesmo, em toda a viagem, só o passeio de ônibus pra um lugar chamado Mirador de São Cristóvão. A gente lá embaixo, quietinho, no centro de Lima, quando um dos oferecedores de coisas veio gentilmente vender um passeio ao mirador. Ele apontou um morro com uma cruz láaaaaa na puta que o pariu, alto para Peru, digo, para cacete, mas claro que não íamos em um onibusinho até aquela cruz. Imagina, ia ser só até o meio do caminho, nunca poderia ser lá em cima. Tola. Uma vez dentro do ônibus, ele começou a subir, subir, subir e subir quase na vertical rumo à lonjura. O mais legal é que a subida se dá passando pelo meio de uma comunidade (vulgo favela) e em determinado momento o guia recomenda que se fechem as janelas. PRE-RI-GO. Nunca subi morro no Rio, vou fazer isso no Peru. Era só o que faltava, carioca ser atacada numa favela peruana. Mas tudo correu bem: chegamos lá e valia a pena, a vista era linda. Ainda tinha a tal cruz que dizem, dizem, atende o pedido que você faz a ela. Veia Saltada perguntou se eu pedi pra casar. Não sei por que as pessoas pensam que eu tenho que casar, se a minha vida é tão legal visitando vários lugares diferentes com os meus amigos. Juro que um dia ainda vou descobrir o porquê dessa fixação, sabe. Não, não vou contar o que eu pedi à cruz porque senão eu não caso, quer dizer, senão não vai acontecer.
Depois dessa maratona de acordar no primeiro dia às 3 da manhã pra ir pro Peru, viajar seis horas de avião, chegar, conhecer Lima, no dia seguinte acordamos... 3 horas da manhã, pra viajar de avião. Era o dia de ir pra Machu Picchu.
(CONTINUA..., MAS VAI DEMORAR, PORQUE VOU VIAJAR DE NOVO EHEHE)