Xixi do capetaOntem resolvi que não ia beber cerveja pra não acordar gorda hoje. Cerveja não é coisa de Deus, não. Aí, antes de entrar no Liso Voador, onde era a festchinha de ontem, fui procurar uma barraquinha trevas daquelas da Lapa pra comprar uma caipivodka que certamente seria mais barata que lá dentro. Eram 22h30, cedo, dava tempo. E vai que junto ainda vinha uma larvinha qualquer? No dia seguinte, em vez de gorda, eu poderia acordar muuuito magra. Praticamente um monte de ossos.
Fui lá na moça... moço... ambos... que estava servindo na barraquinha mais honesta que encontrei. Tinha umas frutas enfeitando, achei legal. Pedi uma caipivodka de morango. Com adoçante, pra ficar bem tóxico. Aí a moça (?) pega uma garrafa de Korloff (ou qualquer outro nome que aquela vodka genérica tem, pensar que em casa eu tomo Absolut) e pergunta: "Posso colocar calda de morango em volta do copo?". Aí, eu, claro, disse... que sim, porque a calda de morango foi feita pra enfeitar o copo, tudo que enfeita não engorda, tipo cobertura de brigadeiro em cima de um bolo de cenoura. Quando você come bolo de cenoura, está comendo praticamente uma salada e a cobertura só enfeita.
Fiquei muito feliz com a minha caipivodka de morango. Do alto da minha sabedoria, expliquei para Veia Saltada: "Esses drinks com destilado não são igual cerveja, você não pode beber um monte, tem que beber um e só depois, beeeem depois, beber outro". Ele, do alto de sua experiência, concordou.
Às 23h, quando entrei no Liso, já tinha finalizado duas caipivodkas daquelas. Quando fui pegar a segunda, era um moço, no lugar da moça. Eu falei, só por falar, porque a gente sempre tem que falar isso: "Capricha, hein?" E o cara todo empolgado: "Legal, não vou nem usar o dosador". E tcháaaa despejou meia garrafa dentro do meu copo. Dois garotos que estavam na fila esperando a vez deles bateram na garrafa da tal da Korloff e disseram "Ih, a garrafa é de plástico!", o que eu achei particularmente engraçado naquela hora.
Acordei toda esquisita hoje. Esquisita e esquelética.
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Falando em esquelética, outro dia uma chefe de setor lá do trabalho que não me via há um tempo olhou pra mim e exclamou: "Fernanda! Você está linda, caquética!", querendo dizer esquelética. Eu sorri e disse: "Obrigada!", e ela "Sério, você está muito bem!" e eu rindo e agradecendo ser chamada de caquética. Depois as pessoas em volta esquecem que eu sou a última pessoa lúcida do mundo e eu não sei por quê.
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Em algum momento da noite, ouvi "Isso vai pro blog, isso é bom pra colocar no blog" e não me lembro do que era nem se apanhar. Bem que a pessoa que me disse poderia se materializar do meu lado em algum momento, PUF, e dizer o que era. Ou nem dizer.