Alegria de pobre
Voltávamos tristes do almoço. Não porque havia acontecido alguma coisa ruim, mas porque teríamos que esperar algumas horas até a próxima refeição, já que vivemos de acordo com aquele relógio do pica-pau que tem comida desenhada. Então que nos arrastávamos pela rua, meio macambúzios, ni qui de repente vi uma coisa que me alegrou. Que iluminou meu dia. Que de repente trouxe de volta todo o brilho que havia sido perdido. Precisava compartilhar imediatamente aquela bênção.
- Rato Morto! Olha lá!
Nesse momento ele possivelmente me olhou com olhar de ratos mortos (a origem do apelido).
- O quê?
- Ali! Um banner do Rio Card, dizendo "Aqui tem recarga"!
Olhinhos camundongais de Rato brilharam:
- Meu Deus! Não pode ser!
Mas era, gente. Tem um ponto de recarga do Rio Card perto do meu trabalho, no caminho de volta que fazemos do almoço. Nunca mais acessar aquele site horrendo que faz pegadinha do Malandro e faz a gente trocar de senha de cinco em cinco minutos. Nunca mais esperar dias pela recarga. Nunca mais ficar sem carga por esquecer de recarregar. Teremos passeios de ônibus eternos!
Entramos na loja abobalhados, perguntando humildemente pra tiazinha atrás do balcão:
- Podemos MESMO recarregar nossos RioCards aqui?
E a mulher, com cara de sem saco:
- Sim. Vocês querem recarregar quanto?
E assim, fácil, como se não fosse nada, saímos de lá com nossos vale transpobres em dia. Íamos saltitando pela rua, rindo felizes, até esquecemos que o próximo lanche seria só às cinco da tarde. Parecia que tínhamos bebido vodca em vez de suco no almoço. E nem bebemos nada. Apenas a felicidade de termos carga no Rio Card. Para todo o sempre. Quem disse que alegria de pobre dura pouco?
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