Historinha de Paris
Andava eu de manhã pelas ruas de Paris, nos arredores da Notre Dame, metade tentando encontrar uma rua, metade abobalhada com tanta beleza, ni que o moço me para e começa a falar alguma coisa em francês. Notem que eu estava andando distraída e o sujeito me parou no meio da rua.
- Olha, moço, eu não falo francês - eu disse a ele, em inglês.
Na mesma hora ele virou uma chavinha - porque os europeus têm uma chavinha que vira e a pessoa começa a falar inglês perfeitamente muito melhor do que o seu, sempre. Chora, recalque.
- Ah, você não é daqui? De onde você é?
- Do Brasil.
Nessa hora vem aquela reação típica dos estrangeiros:
- Brasil! Que maravilha!
Pfff
- Minha ex-namorada mora no Brasil, em São Paulo. Conhece?
- Sim, conheço, mas eu moro no Rio.
- Nossa! Rio de Janeiro!
Pfffffffffffffffffffffff duplo. Lugar ótimo, cocô nas ruas, violência, soueuboladefogoqueocalortádematar, transporte público de qualidade sqn...
E então, do nada, o sujeito dispara:
- Eu gosto de meninos e meninas. E você?
Ai, minha Nossa Senhora do Arco-Íris, protetora de toda a gente feliz. A pessoa acha de se hospedar próximo à área gay de Paris, dá nisso.
- Olha, legal, que bom pra você, mas eu gosto só de meninos.
- Sério??? Mentira! - me olhando com ar de total incredulidade, tipo, "olhando assim pra você ninguém diz que você é, assim, como dizer... hetero".
Gente. O sujeito me achou com cara de menina que gosta de meninos. E meninas. E meninos. E meninas. E vice-versa. Depois dessa me despedi educadamente e fui terminar de admirar Paris. Olha que eu até gostaria de gostar de meninos, meninas, meninos, ao contrário, ao mesmo tempo agora. Acho que seria mais fácil e eu teria o dobro de possibilidades. Mas não.
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