segunda-feira, abril 28, 2008
O elevador lá do trabalho (ou "Mais uma da série: coisas que irritam a Fernanda”)O elevador lá do trabalho é uma coisa que me irrita. Na verdade, não é só uma irritação. É uma verdadeira agonia. É tortura chinesa todas as manhãs. É a exposição nua e crua de toda a sem loçãozice do ser humano. São dois elevadores. Sempre tem uma fila gigantesca. Sempre. Aquela maldita fila. E não importa se um elevador está no 11º andar, ou seja, no último, já descendo, e o outro elevador está no terceiro, subindo. Sabe-se lá Deus como, eles chegam juntos ao térreo. E aí as pessoas ficam indecisas sobre qual elevador pegar, ou pegam todas um só, e o outro SOBE VAZIO, porque ninguém segurou a porta. Perdeu, prayboy que estava atrás na fila. Outro só daqui a 23 minutos. Ou então tem uma cadeira de rodas pra subir, na frente da fila (estamos falando de um hospital). Aí nenhum corno que está perto faz o favor de segurar a porta pra pessoa que está tentando empurrar a cadeira pra dentro. Porque se ajudar, né, de repente cai a mão. Só pode ser por isso que ninguém ajuda. E aí o elevador SOBE VAZIO. Que nervoso, mãe! Quando eu estou atrás na fila, não posso fazer nada. Quer dizer, não posso uma pinóia, porque às vezes saio correndo lá de trás igual a uma capeta insandecida pra segurar a porta que os seres lesados da frente não estão percebendo que têm que segurar, senão o elevador vai embora. É um estresse diário. Eu não sei se as pessoas sofrem de um tipo de distração patológica degenerativa privadora dos sentidos ou se só têm má vontade mesmo. Não sei. Agora, no caso de gente que entra no elevador e fica na frente porque vai descer “logo ali” (no quinto andar) é má vontade mesmo. Fica aquele buraco vazio atrás do elevador, e aí onde a capacidade é 11, entram só sete. E por que as pessoas fazem isso? Porque quando nós, os poucos conscientes, que vamos para trás do elevador, queremos descer no nosso andar, ninguém sai da frente pra gente saltar! Eu tenho que ficar lá atrás berrando DÁ LICENÇA com toda minha potência vocal, assustando todo mundo, pra que as pessoas afastem-se um pentelhésimo para o lado e eu que me vire pra sair. Custa sair do elevador, deixar a pessoa passar e entrar de novo? Gente, o que tá acontecendo com os mundos? Só tem gente mal educada, sem loção e distraída dos infernos. Um dia, eu ainda me liberto de tudo isso e passo a subir de escadas. Não. Drástico demais. Não posso me arriscar a descompor meu visual. As freiras cegas que me criaram nunca me perdoariam se eu chegasse na sala suada com um cachinho dourado fora do lugar. Deus me livre. Então vou torcer pra inventarem logo aqueles elevadores rápidos dos Simpsons. Jetsons. Aqueles do futuro.
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terça-feira, abril 22, 2008
Contos de Papai JoselitoPapai Joselito, aposentado há anos, conversa com Titio Joselito pelo telefone. - E aí, amanhã é feriado, né? Vai aproveitar? E depois, triste: - Eu não tenho mais feriado... ---- Pedi para Papai Joselito comprar milho de pipoca pra levar pra Massambaba. Mas tinha que ser milho mesmo, pra fazer pipoca de panela, porque lá não tem microondas. Ele está careca, ainda que cheio de cabelos, de saber disso. Chegando lá, vejo dentro das sacolas de compras um monte de pipocas de microondas. - Papai! Pra quê essas pipocas de microondas? - Ué, você não pediu pipoca? - Pai, não acredito. Pedi, mas era de panela. Aqui não tem microondas. Agora você vai ter que comprar no mercado daqui mesmo. Compra amanhã. E ele, meio chateado: - Puxa, é mesmo. Será que se colocarmos esses milhos de microondas na panela eles estouram? - Não, né, pai. Você vai ter que comprar o milho certo. O que te deu? - Só faltava eu não achar o milho e comprar um microondas no lugar, né? Ha ha ha - Sem comentários, pai. No dia seguinte, comecei a impregná-lo, pra dar vazão ao meu desejo de comer pipoca. Se ele não comprasse o bendito milho, meu filho imaginário poderia nascer meio estourado. Ou galinha. Melhor não, já tem muito palhaço no mundo. Eu não podia me conformar que Papai, tão esperto, tinha cometido essa bobeira. Estaria Papai engaguecendo? - Papai, comprou o milho? - Não. Mas, pra resolver logo esse problema, resolvi comprar... isso. E aparece ele segurando um microondas. Mas é um capeta. Resumindo, ele tinha comprado esse microondas há alguns dias. Colocou na mala do carro sem que ninguém visse e não falou nada. Comprou as pipocas “erradas” só pra fazer essa piada. Se bobeira desse dinheiro, eu ia herdar uma grana.
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quinta-feira, abril 17, 2008
Reclamando e postandoTenho mania de tomar café da manhã vendo televisão. Mais precisamente, vendo noticiários. O objetivo é estar minimamente informada das notícias do início do dia (ultimamente, resume-se a estar minimamente informada sobre o caso Isabella, porque as televisões só passam o caso Isabella, todas, todos os canais do mundo só noticiam isso). Dependendo da hora em que acordo, só tem o Fala Brasil, da Record, pra ver. Até gosto do jornal, não tenho nada contra, não. Duro é aturar a apresentadora. A mulher quer ser aquela âncora que emite opiniões. Isso normalmente já é um pé no saco, mas quando a pessoa fala um monte de coisas inúteis aí beira o insuportável. Outro dia, o assunto era o remédio contra a dengue que estão quase descobrindo. Isso foi antes do caso Isabella, quando só falavam de dengue. O tal medicamento promete ser o primeiro a combater de forma eficaz os sintomas da dengue, aquelas quedas de plaqueta e tudo que vem junto. A matéria dizia que deve chegar às prateleiras em 2010. Aí vem o comentário da iluminada: "Não dá pra esperar até lá, né?". ... O que ela quis dizer com isso? Que não é uma boa notícia? Que se o medicamento vai estar na prateleira em 2010 as pessoas que estão doentes hoje não podem esperar? Mas isso não é assim meio óbvio? Logo depois veio uma matéria "flagrante de empregada doméstica limpando a janela do décimo segundo andar e ficando pendurada". Aí vem o comentário dela: "Até hoje nunca aconteceu nada, mas muita gente morre fazendo isso". Ué. Se até hoje nunca aconteceu nada, como é que muita gente morre? Se nunca aconteceu nada, nunca morreu. Ou não. Fico confusa com esses comentários capetas. E por aí vai. Isso quando ela simplesmente não diz: "Que absurdo" ou "Lamentável" e outras coisas que não acrescentam em la-da. Não gosto. Mas vejo pra poder reclamar e postar.
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domingo, abril 13, 2008
Planeta burriceGente burra é uma coisa que me dá muita agonia. Hoje, quando acessei meu orkut, tinha o seguinte scrap: "Oi, Tem foto sua concorrendo a capa da minha comunidade Viu! Dá uma Passadinha ai pra vc ver ta bem legal! Aproveita e vota Ok! . _____ Beldades do OrkutFOTOS EM VOTAÇAO! Me avisa se quiser que eu mude sua Foto! " Na hora, percebi que era um vírus. Esse tipo de mensagem no Orkut é sempre vírus. Qualquer um que mexa no Orkut há mais de dois dias sabe disso. Por curiosidade, entrei no Orkut do cara pra ver se alguém tinha caído. Sempre tem um otário que cai nessas coisas. Aí tinha o seguinte scrap de uma garota pro cara que tinha mandado essa mensagem: "Oi! Como vc tá? Queria te pedir para retirar minha foto dessa tal enquete..Sabe, tô namorando e esse simples recado me trouxe problemas...Também nem me perguntou nada antes! Enfim, me faz esse favor, tá? Muito Obrigada! Abraços!" Gente! É uma superpopulação de idiotas nesse planeta redondo! O tal do namorado é burro porque não percebeu que era vírus. Ainda por cima, fez uma ceninha ridícula ao tirar satisfação com a garota por causa de uma simples mensagem. Babaquice. Mas a garota merece, porque também é burra, primeiro por não ter percebido que era vírus, segundo por ter se submetido às "ordens" do cara (que deve ser dono dela, não namorado) e ter ido lá dizer que era pra tirar a foto dela porque tinha tido problemas. Era pra ser o contrário, ela é que tinha que ficar ofendida com o cara por ele estar desconfiado por causa de uma mensagem de uma pessoa qualquer. Que namoro é esse? Em vez disso, a garota aceita tudo passivamente. Porque tá namorando. E por causa disso ela não é mais uma menina comum, dona da sua própria imagem. Se ela tivesse pedido pra tirar a foto porque ELA se sentiu incomodada, tudo bem. Mas porque teve problemas com o namorado babaca é o fim. Tatty. Patty. Lu. Pior é de tudo é que toda essa celeuma é por causa de uma mensagem que OBVIAMENTE é vírus. Não agüento isso. Tomara que eles tenham clicado nos links e estejam com os computadores viróticos. Todo castigo pra idiota é pouco. Não aceito gente burra. Pra mim tinha que ser tudo eliminado na seleção natural.
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quinta-feira, abril 10, 2008
Adeus, Dra. JapaA vida do babaca é muito atribulada. Marquei há quase três meses consulta com a minha ginecologista. Porque gineco, como é um troço de rotina, demora horroooores pra ter horário. Muito bem. A consulta era só pro dia 10 de abril. Um dia que não chegaria nunca. Mas chegou. Na véspera, eu estava super-enrolada, saindo e entrando de reuniões. Só fui pensar nisso à noite, quando estava com Pentel em um show e realizei que teria que acordar 6h da madrugada por causa disso. Durante a insônia que me acometeu quando cheguei em casa, refleti que ninguém tinha ligado pra confirmar a consulta. Pensei que podiam não ter conseguido falar comigo. Fiquei meio com a pulga atrás da orelha, mas pensei: "ah, está marcado, é neurose minha". Aí hoje acordei e logo tentei ligar pra lá pra confirmar. Como ainda era quase noite, óbvio, ainda não tinha ninguém. Então me arrumei toda e, sete horas, pronta pra sair, consegui falar com o telefone da clínica. - Oi, eu queria confirmar a minha consulta hoje com a Dra. Japa. - A Dra. Japa se aposentou. ANHSSSHHHNNN??? Não! Não acredito! Não é VERDÁDIA! Como ela dá uma notícias dessas assim? Isso não se faz! Primeiro, deveria ter dito: "A Dra. Japa já não é mais nenhuma menina", depois "A Dra. Japa vem se sentindo muito cansada ultimamente", depois "A Dra. Japa gostaria de ficar mais tempo com os netos", e assim por diante, e só depois, muito depois, soltar essa bomba! Como assim a mulher se aposenta e nem me avisa? De consulta marcada? Segundo a atendente, meus dois telefones estavam lá com um dos números trocados e por isso não devem ter conseguido me avisar. Alguma anta top anotou meus números errados. Por isso que eu digo que a vida do babaca é assim atribulada. E agora? Quem vai me fazer o exame dos infernos? Quem vai dizer que eu não posso comer queijo amarelo e doce porque meu colesterol é alto há anos? Eu nem sabia que médico podia se aposentar. Achei que eles trabalhassem até morrer. Acho que assim seria mais conveniente para todos.
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segunda-feira, abril 07, 2008
Mais uma pra listinha das coisas que eu odeioEu não ia postar sobre isso porque Ana Pôla fez um post recentemente sobre o mesmo tema, mas não posso me furtar ao comentário: EU DETESTO VESTIÁRIOS DE ACADEMIA! Pronto, falei. Não me conformo com aquelas mulheres horrorosas da hidroginástica andando nuas e felizes pelo vestiário. Gente, tem necessidade disso? Por que não põem uma toalhinha? Eu não sou OBRIGADA ficar vendo um monte de mulher feia passeando com os peitos balangando, como se estivessem sozinhas em casa. Se ainda fossem bonitas, eu podia até entender, elas estariam competindo, fazendo inveja nas outras... mas não! É desagradável, caceta. Se os banheiros têm portas, tenham compostura e vistam-se lá dentro. Vou ter pesadelos com essas visões do inferno qualquer dia desses. E esses pesadelos vão ocupar o espaço da minha cabeça que poderia estar sonhando com o Ferraço (lindo, milionário e canastrão. Quase o cigano Igor-eu-te-amo-Dara. A-do-ro!). E os meninos grandes, que as mulheres insistem em levar pra tomar banho no vestiário feminino? Porque pra mim garoto de 9 anos já consegue tomar banho sozinho lá longe no vestiário masculino. Mas não. As mães levam pro vestiário feminino, pra ver as velhas balanguentas. Olha, vou morrer sem entender isso.
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quarta-feira, abril 02, 2008
Isso dengue acabarMamãe Joselita está frenética me mandando todos os dias tomar banho de perfume de alfazema pra espantar o mosquito da dengue. Segundo ela, Titia Joselita viu isso no Fantástico. Alfazema deve ser um repelente natural, sei lá. Só que, detalhe: tem que tacar alfazema no corpo de duas em duas horas. De duas em duas horas! Agora percebam a situação do povo que trabalha comigo: todos intoxicados pelo cheiro de alfazema, aquele futum correndo pelos dutos do ar-condicionado. Não pego dengue, mas perco todos os meus amigos. Se duvidar, sai a minha demissão e eu sou eliminada da casa com 90% de rejeição. Já falei pra minha mãe que eu não vou pegar dengue. Que só pega dengue quem mora em Jacarepaguá. Mas ela não acredita em mim. E ainda disse que se eu pegar vai primeiro me bater, depois vai cuidar de mim. Não sei se é vingança porque eu disse que não ia ter nenhuma pena se ela sentisse dor depois da plástica, já que era uma cirurgia voluntária. As pessoas guardam umas coisas.
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