A banana do cão
Ex-Moça do Pão é uma amiga
nutricionista de Audrey Sustentável. Ela é boa gente e dá dicas legais como
“isso aí que você está comendo [prato gordo de sexta-feira sem nada verde
envolvido] tem um índice glicêmico alto que depois ´bum’ vira tudo gordura no
seu corpo”. Acho lúcido.
Conta ela que um dia chegou em
casa e uma banana – a fruta mesmo, não uma banana de dinamite – havia
explodido. Quando ela saiu a banana estava quietinha na cesta de frutas e
quando ela voltou estava ... explodida. Aberta, transbordando pela casca. Havia
até alguns pedaços na parede (?!!).
Quando aconteceu novamente,
Ex-Moça do Pão começou a ficar preocupada. “Tem um demônio na minha casa”,
pensou. Eu acho super válido a pessoa pensar logo em sobrenatural. Vudu, gente.
Acontece. Mas pra não ficar só com a hipótese da bruxaria, ela foi perguntar
pra professora dela, já que ela é da área de Nutrição, né? E a professora, do
alto de sua sabedoria, deu uma longa explicação sobre a causa das bananas
explodirem: o gás sguenis flow (nome técnico incompreensível pra que a aluna vá
embora logo antes de descobrir que ela não faz ideia de que porra é essa de
banana explodindo).
Ex-Moça do Pão seguia chegando em
casa e encontrando bananas explodidas. A hipótese de que o prédio havia sido
construído em cima de um cemitério indígena em que eram enterrados macacos de
estimação que adoravam uma banana, uma mistura assim de Poltergeist e Cemitério
Maldito, começava a tomar força. Até que um dia o mistério foi solucionado de
repente: ela viu um morcego entrar pela janela e ir diretamente até as
deliciosas bananas que, sejamos sinceros, sempre ficaram ali ao alcance dele,
tipo oferenda. Depois Ex-Moça descobriu que os morcegos comem e cagam
imediatamente, e os pedacinhos de banana na parede eram, na verdade, cocô. Eca.
Os demônios eram mais limpinhos.
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Alegria de pobre
Voltávamos tristes do almoço. Não porque havia acontecido alguma coisa ruim, mas porque teríamos que esperar algumas horas até a próxima refeição, já que vivemos de acordo com aquele relógio do pica-pau que tem comida desenhada. Então que nos arrastávamos pela rua, meio macambúzios, ni qui de repente vi uma coisa que me alegrou. Que iluminou meu dia. Que de repente trouxe de volta todo o brilho que havia sido perdido. Precisava compartilhar imediatamente aquela bênção.
- Rato Morto! Olha lá!
Nesse momento ele possivelmente me olhou com olhar de ratos mortos (a origem do apelido).
- O quê?
- Ali! Um banner do Rio Card, dizendo "Aqui tem recarga"!
Olhinhos camundongais de Rato brilharam:
- Meu Deus! Não pode ser!
Mas era, gente. Tem um ponto de recarga do Rio Card perto do meu trabalho, no caminho de volta que fazemos do almoço. Nunca mais acessar aquele site horrendo que faz pegadinha do Malandro e faz a gente trocar de senha de cinco em cinco minutos. Nunca mais esperar dias pela recarga. Nunca mais ficar sem carga por esquecer de recarregar. Teremos passeios de ônibus eternos!
Entramos na loja abobalhados, perguntando humildemente pra tiazinha atrás do balcão:
- Podemos MESMO recarregar nossos RioCards aqui?
E a mulher, com cara de sem saco:
- Sim. Vocês querem recarregar quanto?
E assim, fácil, como se não fosse nada, saímos de lá com nossos vale transpobres em dia. Íamos saltitando pela rua, rindo felizes, até esquecemos que o próximo lanche seria só às cinco da tarde. Parecia que tínhamos bebido vodca em vez de suco no almoço. E nem bebemos nada. Apenas a felicidade de termos carga no Rio Card. Para todo o sempre. Quem disse que alegria de pobre dura pouco?
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